Bolsonaro faz seu discurso mais golpista: “Quem tentou nos roubar em 64, tenta agora”

Atualizado em 16 de maio de 2022 às 18:38

Nesta segunda-feira (16), Jair Bolsonaro (PL) realizou o discurso mais golpista desde que assumiu a cadeira de presidente da República. Em declaração dada na abertura da feira de supermercados Apas Show, o chefe do executivo federal relacionou o momento atual com 1964, período em que ocorreu o golpe militar. Segundo ele, o Brasil vive uma “ameaça”.

“O que tentaram nos roubar em 64 tentam nos roubar agora. Lá atrás pelas armas, hoje pelas canetas […] A liberdade é mais importante que a nossa própria vida”, comentou. Ele ainda atacou o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) voltando a falar sobre eleições “conturbadas”.

Em 1964, militares – junto com setores da elite brasileira – deram um golpe no Brasil com a justificava de que a ação era para “defender a liberdade” e a “democracia”, culminando na queda do então presidente João Goulart. A ditadura durou 21 anos.

Mesmo com a censura e a morte de milhares de pessoas, a ditadura militar foi defendida pelo presidente da República. “Entendo tudo isso como liberdade de expressão”, opinou. Com palavrões, xingou as pessoas que criticam os atos antidemocráticos feitos pelos bolsonaristas.

“Vocês (supermercadistas) foram excepcionais nessa pandemia, mas tudo pode acontecer. Poderemos ter outra crise. Poderemos ter eleições conturbadas. Imagine acabarmos as eleições e pairar para um lado, ou para o outro, a suspeição de que elas não foram limpas? Não queremos isso”, disparou. “Só Deus me tira de lá [Presidência]. Não adianta inventar canetada”, acrescentou.

“Já vi falando que eu vou perder a eleição, vou perder minha família toda. Tá achando que vai me intimidar dando recado? Ou nós decidimos no voto, pra valer, contabilizado, auditado, ou a gente se entrega. E se entregar, vocês vão dar 50 anos ou mais pra voltar a situação que está hoje em dia”, desabafou.

“Nós, pessoas de bem, civis e militares, precisamos de todos para garantir a nossa liberdade. Porque os marginais do passado usam, hoje, de outras armas, também em gabinetes com ar-condicionado, visando roubar a nossa liberdade. E começam roubando a nossa liberdade de expressão, começam fustigando as pessoas de bem, fazendo com que eles desistam do seu propósito. Nós, Forças Armadas, nós, forças auxiliares, não deixaremos que isso aconteça”, completou.

Todo o discurso golpista de Bolsonaro foi escutado pelas pessoas presentes no evento, que fizeram um silêncio conivente.

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