Bolsonaro ignora risco de prisão e é esperado em atos na Câmara nesta terça

Atualizado em 22 de julho de 2025 às 7:12
Jair Bolsonaro mostra tornozeleira eletrônica na Câmara dos Deputados. Foto: Reprodução

Mesmo proibido de usar redes sociais e sujeito a medidas cautelares como o uso de tornozeleira eletrônica e recolhimento domiciliar noturno, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é aguardado nesta terça-feira (22) em atos organizados por aliados na Câmara dos Deputados, conforme informações do G1.

Comissões presididas por parlamentares do PL agendaram reuniões com pautas de apoio político ao ex-capitão, contrariando a decisão da presidência da Casa de manter o recesso parlamentar de julho.

As reuniões foram convocadas pela Comissão de Segurança Pública e pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, ambas controladas por bolsonaristas. A primeira pretende aprovar uma moção de solidariedade a Bolsonaro, alegando perseguição política e citando supostos riscos à ordem e à segurança públicas.

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), já havia comunicado que não haveria votações nem reuniões de comissões durante o recesso, em razão de obras nas dependências da Casa. “As atividades legislativas serão retomadas na semana do dia 4 de agosto”, reforçou Motta em nota oficial.

Bolsonaro descumpre ordem de Moraes

Bolsonaro descumpriu uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e voltou a fazer declarações públicas na última segunda-feira (21), mesmo proibido de dar entrevistas ou se manifestar politicamente. A quebra da medida cautelar pode levar à sua prisão imediata.

O ex-presidente esteve na Câmara dos Deputados e, diante de apoiadores, exibiu a tornozeleira eletrônica que passou a usar por ordem do STF. Bolsonaro classificou a medida como “covardia” e uma “humilhação”.

“Não roubei os cofres públicos, não desviei recurso público, não matei ninguém, não trafiquei ninguém. Isso aqui é um símbolo da máxima humilhação em nosso país. Uma pessoa inocente. Covardia o que estão fazendo com um ex-presidente da República. Nós vamos enfrentar a tudo e a todos. O que vale para mim é a lei de Deus”, declarou.

A fala foi transmitida por apoiadores e circulou nas redes sociais, o que configura violação direta da decisão judicial, que também proíbe que entrevistas do ex-mandatário sejam divulgadas online.