
Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central da gestão Lula (2003 – 2010) e ex-ministro da Fazenda do governo Michel Temer (2016-2018), usou seu perfil no Twitter para criticar a proposta de Paulo Guedes de desvincular o salário mínimo da inflação. Em sua visão, a medida “joga nas costas da população a conta pelas medidas eleitoreiras deste ano” e causará a perda do poder de compra de benefícios previdenciários e do seguro-desemprego. Confira o texto na íntegra:
Ao propor uma reformulação do teto de gastos alterando a forma de corrigir o salário mínimo e os benefícios previdenciários, o plano fiscal do atual governo para um próximo mandato joga nas costas da população a conta pelas medidas eleitoreiras deste ano.
Hoje, salário mínimo e benefícios previdenciários são corrigidos pela inflação do ano anterior, usando o INPC como base. Assim, o poder de compra perdido com a alta dos preços no período é reposto.
A ideia do plano negociado pelo atual governo é fazer esses reajustes não com base na inflação do ano anterior, mas na meta da inflação. Se o governo não cumprir a meta, a correção ficará abaixo da inflação.
Ou seja: perda do poder de compra do salário mínimo, dos benefícios previdenciários e do seguro-desemprego.
Para o governo, isso permitiria acomodar os R$ 100 bilhões adicionais de gastos criados em meio ao esforço eleitoral que estão fora do Orçamento. E criaria um “freio” no crescimento das despesas atreladas ao salário mínimo.
A população mais pobre receberia menos para pagar pelas medidas eleitoreiras.
Abaixo, os tuítes originais do economista:
Hoje, salário mínimo e benefícios previdenciários são corrigidos pela inflação do ano anterior, usando o INPC como base. Assim, o poder de compra perdido com a alta dos preços no período é reposto.
— Henrique Meirelles (@meirelles) October 20, 2022