Seguindo sua rotina de mentir sem qualquer pudor, distorcendo a realidade e quebrando o decoro que se espera de um presidente da República, Jair Bolsonaro voltou a produzir, nesta quarta-feira (14), uma notícia falsa através das suas redes sociais. No seu Twitter, o amigo do miliciano Fabrício Queiroz inventou que a Argentina está “sem carne”.
– Existe um modelo econômico que conseguiu o impossível:
### Argentina sem carne.
### Venezuela sem petróleo.
### Cuba sem açúcar. pic.twitter.com/shqNS7AGDu— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) October 14, 2020
A realidade é exatamente o contrário: a produção de carne no país aumentou no primeiro semestre, apesar de dois meses de interrupção do trabalho na indústria frigorífica, por conta da pandemia, reportou o portal Infobae em julho.
“Nosso setor, apesar do coronavírus, segue dando mostras de ser um setor com alto grau de resiliência e adaptação. Apesar da paralisação das compras da China e da União Europeia, e da queda dos preços internacionais na ordem de 20%, a produção se manteve, inclusive com um pequeno crescimento”, destacou o presidente da Câmara da Indústria e Comércio de Carnes, Miguel Schiariti.
Mendoza
Visitei um açougue e um supermercado em Mendoza [vídeo abaixo], a quarta maior cidade do país, e verifiquei que não há qualquer problema de abastecimento. Conversei com um açougueiro que preferiu não se identificar – “há muitos brasileiros aqui e não quero perder clientes” – por se tratar de uma matéria que desmente Bolsonaro, mas ele garantiu que não há nenhum problema de abastecimento de carne.
“É verdade que o consumou caiu nos últimos anos, por conta da situação econômica, que foi ainda mais agravada pela pandemia, mas nunca houve qualquer risco de desabastecimento. Exatamente o contrário, estamos com produção excedente e isso nos permite fazer muitas promoções e não aumentar muito o preço final para o consumidor”, diz o comerciante.
Assista ao vídeo:
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*Rogério Tomaz Jr. é jornalista brasileiro, residente em Mendoza, onde faz mestrado em Estudos Latinoamericanos e escreve sobre política internacional em outros temas. No Twitter: @rogeriotomazjr