Em entrevista chapa-branca à Veja, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) minimizou os ataques feitos ao Supremo Tribunal Federal (STF) e disse que mensagens de teor golpistas de pessoas próximas a ele eram apenas “desabafos”.
“Ninguém defendia [medida mais dura], era desabafo de alguns, fora do gabinete. Eles estavam revoltados com essa situação de interferências no Executivo. Eu recebia em média uma ação por semana do Supremo Tribunal Federal. Mas isso foi antes das eleições”, afirmou o ex-presidente.
O ex-mandatário ainda disse que ouviu de pessoas próximas “mais nervosas” que deveria “peitar” a decisão do STF que vetou a posse de Alexandre Ramagem na direção da Polícia Federal (PF). Bolsonaro, no entanto, não respondeu diretamente se considera ser perseguido por ministros da Corte.
“Não quero polemizar nessa área. Está acontecendo uma conscientização no Brasil e não é só em relação ao meu caso. Eu não quero botar lenha na fogueira. Tem gente de várias formações criticando o que está acontecendo. Não precisa ser muito inteligente para saber de onde vem o problema”, afirmou.
Bolsonaro também voltou a falar sobre a alegação de fraude nas urnas durante as eleições contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), entretanto, afirmou que o assunto já é “página virada”.
Vale destacar que ele responde a uma ação de investigação judicial eleitoral (Aije) no TSE que apura uma reunião, em julho do ano passado. Na ocasião, ele fez ataques às urnas eletrônicas durante uma reunião com representantes estrangeiros no Palácio da Alvorada.