A ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos Damares Alves, atualmente candidata ao Senado Federal, disse que o presidente Jair Bolsonaro (PL) “não é louco e não vai liderar golpe”. Em entrevista à Folha de S.Paulo, ela afirmou que se as eleições forem transparentes não há risco de ruptura democrática.
“Se as eleições forem transparentes, não tem nenhum risco de golpe”, disse. “Ele não está fazendo esse diálogo [ataques ao sistema eleitoral] porque ele é presidente. A gente já fazia isso no Congresso. Eu participei de todas as audiências públicas no Congresso nacional com relação à fragilidade do nosso sistema”.
Damares também falou sobre a dificuldade do presidente em conquistar votos do eleitorado feminino. Segundo ela, o problema foi na comunicação: “Faltou o presidente falar diretamente com as mulheres. Mas meu papel e o da Michelle será de mostrar que nenhuma mulher ficou para trás. A gente viu movimentos feministas que distorciam tudo o que ele fazia. Nós perdemos na guerra das narrativas no tocante às mulheres e a gente precisava fazer esse contraponto. E acho que Michelle vai fazer muito bem isso agora e eu também”.
A ex-ministra de Bolsonaro, diz que lançou sua candidatura ao Senado para representar o bolsonarismo no Distrito Federal diante do racha na direita.
A candidatura de Damares ao Senado quebra o acordo entre o governador Ibaneis Rocha e o ex-governador José Roberto Arruda. O combinado no gabinete de Bolsonaro foi que a ex-ministra não disputaria o Senado em nome das candidaturas de Ibaneis, à reeleição, e da deputada Flávia Arruda ao Senado.
Damares expôs atritos com o ex-governador. “Arruda dizia que eu era uma jocosa, ridícula, fanática. Falou horrores”. Segundo a ex-ministra, Michelle deve fazer campanha para ela, mas Bolsonaro deve se manter neutro para não causar mais desgaste.
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