
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está proibido de sair de casa aos finais de semana, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A medida, que integra um pacote de restrições impostas nesta sexta-feira (18/7), estabelece recolhimento domiciliar integral aos sábados e domingos, além do período noturno em dias úteis.
A decisão foi tomada após mandados de busca e apreensão cumpridos em endereços ligados a Bolsonaro, incluindo sua casa e o escritório político na sede do PL, em Brasília. Durante a ação, a PF apreendeu celulares, documentos e um pendrive escondido no banheiro. O ex-presidente foi levado ainda pela manhã à sede da Secretaria de Administração Penitenciária (Seape), onde foi instalada a tornozeleira.
Entre as ordens determinadas pelo STF, Bolsonaro está proibido de utilizar redes sociais, manter contato com outros investigados e se aproximar de embaixadas ou autoridades estrangeiras. Outra medida que chamou atenção foi a proibição de qualquer contato com o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), seu filho, que se encontra atualmente nos Estados Unidos.

A decisão de Moraes também determina que Bolsonaro não pode sair da comarca onde reside e deve permanecer em casa nos fins de semana. A restrição é considerada por aliados do ex-presidente como uma forma de isolamento político e social, impedindo inclusive que ele participe de eventos públicos, religiosos ou partidários.
O ex-mandatário é alvo de investigações que apuram supostos atos antidemocráticos e participação em uma trama para deslegitimar o sistema eleitoral brasileiro. As buscas recentes fazem parte desse inquérito mais amplo, que também envolve militares, ex-assessores e parlamentares ligados ao bolsonarismo.
Aliados ouvidos pela coluna Igor Gadelha, do portal Metrópoles, afirmaram que Bolsonaro ficou abalado com a operação e demonstrou preocupação com o impacto político das medidas. A defesa do ex-presidente ainda não se manifestou oficialmente sobre as decisões da Corte.