Em entrevista em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro (PL) não respondeu se aceitará o resultado das eleições deste ano caso saia derrotado. Ele disse simplesmente que, “democraticamente, eu espero eleições limpas”.
Conforme o pleito vai se aproximando, o chefe do Executivo tem se dedicado a atacar o sistema eleitoral brasileiro, fazendo insinuações golpistas e se posicionando a favor do voto impresso.
No início deste mês, ele afirmou que o PL contratará uma empresa para fazer uma auditoria privada das eleições. Em tom de ameaça, Bolsonaro ainda afirmou que os resultados da análise podem complicar o TSE se a empresa constatar que é “impossível auditar o processo”.
Na entrevista, disse que desconfiar das urnas e do sistema eleitoral é um direito dele.
“Da minha parte você não vê ataques. Agora, desconfiar é um direito meu. Estou num país democrático. Por que o senhor Moraes diz que o candidato que por ventura duvidar da urna eletrônica terá o registro cassado e preso? Quem ele pensa que é?”, indagou, se referindo ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
O presidente mantém um conflito com Moraes, integrante da Corte mais combativo a Bolsonaro. Ele disse que o magistrado é “parcial” para assumir a presidência do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) nas eleições deste ano.
“Totalmente parcial. Não tenho dúvida disso. Os próprios atos dele bem demonstram”, disse.