Bolsonaro passa mal e é levado às pressas para hospital em Brasília

Atualizado em 16 de setembro de 2025 às 16:30
O ex-presidente Jair Bolsonaro a caminho do hospital nesta terça (16). Foto: Michael Melo/Metrópoles

O ex-presidente Jair Bolsonaro deixou sua residência em Brasília, onde cumpre prisão domiciliar, e foi às pressas a um hospital na tarde desta terça (16). Um comboio de veículos da Polícia Penal o acompanhou até o local e, segundo o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o pai passou mal, apresentando crise de soluço, vômito e pressão baixa.

“Ele passou mal, foi uma emergência, está com a Michelle. O quadro já apresentado antes: soluços e vômitos. Dessa vez, ainda estava com queda de pressão. Policiais o acompanharam”, disse o senador.

A movimentação ocorre em meio a preocupações crescentes sobre seu estado de saúde. Mais cedo, a defesa de Bolsonaro entregou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um atestado médico referente a exames feitos no fim de semana.

Em live realizada nesta segunda, Carlos Bolsonaro (PL), vereador no Rio de Janeiro, disse que a saúde de seu pai é delicada e gera preocupação. “Cada dia come menos. Descobriu-se hoje que ele está com problema de falta de ferro no sangue e há uma possibilidade de nova hérnia surgindo”, disse o filho “02”.

O documento apontou anemia por deficiência de ferro e uma tomografia de tórax que indicou imagem residual de pneumonia recente por broncoaspiração. O relatório também registrou a retirada de oito lesões de pele na região do tronco e do braço direito.

Durante o procedimento, Bolsonaro recebeu reposição de ferro por via endovenosa. Os médicos recomendaram que ele mantenha tratamentos já em andamento, como os voltados para hipertensão, refluxo gastroesofágico e medidas preventivas contra broncoaspiração.

O ex-presidente Jair Bolsonaro durante ida a hospital em Brasília no último domingo (14). Foto: Adriano Machado/Reuters

No dia anterior, o ministro Alexandre de Moraes havia determinado que a Polícia Penal do Distrito Federal enviasse ao STF um relatório completo sobre a escolta de Bolsonaro. O despacho questionava por que não houve retorno imediato do ex-presidente à sua residência após consultas médicas recentes, como exigem as regras da prisão domiciliar.

O documento exigia ainda informações detalhadas sobre o veículo utilizado e a identificação dos agentes envolvidos na operação. A decisão reforçou o monitoramento rígido das condições da prisão domiciliar imposta ao ex-presidente desde agosto.

Segundo o cirurgião Cláudio Birolin, que acompanha parte do tratamento, Bolsonaro vem apresentando dificuldades na alimentação. “Ele está se alimentando mal e apresenta um quadro de saúde fragilizado”, afirmou o médico, aumentando a preocupação entre aliados políticos e familiares.

Bolsonaro está em prisão domiciliar desde 4 de agosto, por decisão de Alexandre de Moraes. Ele foi condenado pela Primeira Turma do STF a 27 anos e 3 meses de prisão por liderar uma trama golpista após derrota nas eleições de 2022.

Caique Lima
Caique Lima, 27. Jornalista do DCM desde 2019 e amante de futebol.