O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) quer ter acesso aos depoimentos dos ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica, Marco Antônio Freire Gomes e Carlos Baptista Júnior, respectivamente, junto ao Supremo Tribunal Federal (STF).
A Polícia Federal (PF) investiga se o inelegível, ex-ministros e militares aliados se articularam para obstruir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A defesa de Bolsonaro formalizou o pedido nesta terça-feira (5), solicitando uma atualização dos autos com os termos de declarações das últimas oitivas, incluindo os depoimentos dos ex-comandantes.
Freire Gomes foi ouvido pela Polícia Federal por sete horas na sexta-feira (1º) como testemunha, sendo obrigado a falar a verdade.
Segundo informações, Gomes colaborou significativamente com as investigações, levantando preocupações sobre possíveis detalhes relacionados às discussões sobre um suposto golpe, o papel do Ministério da Justiça e negando enfaticamente fraudes em urnas eletrônicas.
A investigação, denominada operação Tempus Veritatis, iniciada em 8 de fevereiro pela PF, está apurando as alegações de tentativa de golpe por parte de Bolsonaro e seus aliados para invalidar as eleições de 2022. Além de Bolsonaro, diversos ex-ministros e assessores estão sob investigação.
A operação, um desdobramento dos inquéritos em curso no STF, sugere que os suspeitos estavam divididos em seis grupos agindo de maneira coordenada para tentar dar um golpe de Estado e impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Uma reunião ministerial realizada em 15 de julho de 2022 faz parte da investigação, na qual Bolsonaro teria indicado a urgência de ação, embora seus advogados neguem qualquer intenção de golpe por parte do ex-presidente considerado inelegível.