Bolsonaro pede visita de vice do PL enquanto anistia do partido é criticada por favorecer PCC e golpes

Atualizado em 5 de setembro de 2025 às 12:21
Bruno Scheid, vice-presidente do PL em Rondônia e o ex-presidente Jair Bolsonaro – Foto: Reprodução

Jair Bolsonaro (PL) pediu ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorização para receber a visita de Bruno Scheid, vice-presidente do PL em Rondônia. Segundo a defesa, Scheid é liderança próxima à família Bolsonaro e mantém laços políticos e pessoais que justificam a solicitação.

No documento encaminhado ao STF, os advogados alegam que a presença de Scheid seria importante no apoio ao ex-presidente, especialmente pela “impossibilidade de que a esposa do Peticionante concilie integralmente a atividade laboral com os cuidados exigidos”. A defesa reforçou que o vínculo pessoal e familiar legitima o pedido.

O pedido ocorre no momento da polêmica do projeto de anistia elaborado pelo líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ).

O texto, para o jurista Lenio Streck, é uma “confissão de golpismo”, favorece o Primeiro Comando da Capital (PCC) e futuros golpes.

Scheid já havia solicitado anteriormente a permissão, mas o requerimento não chegou a ser analisado. Ele foi pré-candidato a deputado federal por Rondônia em 2022 pelo PL, sem sucesso. Na campanha presidencial, atuou como um dos principais responsáveis por captar recursos junto ao setor ruralista para Bolsonaro.

Bolsonaro está em prisão domiciliar desde 4 de agosto por determinação de Moraes, após descumprimento de medidas cautelares. Entre elas, estão o uso de tornozeleira eletrônica, proibição de deixar o país e recolhimento domiciliar noturno, além de integral nos fins de semana e feriados.

O ex-presidente Jair Bolsonaro durante cumprimento de prisão domiciliar – Foto: Reprodução

O ex-presidente também foi proibido de usar redes sociais, diretamente ou por terceiros. Mesmo assim, participou por videochamada de uma manifestação pró-anistia no dia 3 de agosto, violando a restrição. O registro foi compartilhado por seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

Visitas de não familiares dependem de autorização expressa do STF. Até agora, apenas um pedido foi negado: o do deputado Gustavo Gayer (PL-GO), barrado porque ele é alvo de inquérito sigiloso na Corte ligado a investigações envolvendo Bolsonaro.