
Após tentar um golpe de Estado, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) decidiu seguir a recomendação de seus advogados e não violar a proibição imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de conceder entrevistas. A decisão foi tomada após reuniões com parlamentares, O novo foco será no apoio do agronegócio e dos caminhoneiros.
A direita tem buscado reforçar o apoio desses dois setores, que historicamente estiveram alinhados ao bolsonarismo. O deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS) ficará responsável por articular com o agronegócio, enquanto Zé Trovão (PL-SC) trabalhará com os caminhoneiros.
A oposição planeja uma mobilização para o dia 3 de agosto, data escolhida por coincidir com o fim do recesso parlamentar e também com a entrada em vigor das tarifas de importação impostas por Donald Trump aos produtos brasileiros, previstas para o dia 1º de agosto.
O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), anunciou que o ato terá um tom crítico contra o STF, especialmente contra Alexandre de Moraes, o relator do processo contra Bolsonaro na Corte. Além disso, a mobilização incluirá o impeachment de Moraes, acusações de censura e o pedido de anistia ao ex-presidente.
A organização da mobilização será coordenada por uma comissão formada dentro do próprio PL, que discutirá as estratégias e alternativas para a ação.
Bolsonaro foi alertado de que até mesmo entrevistas em veículos de imprensa, caso publicadas nas redes sociais, poderiam levar à prisão, como confirmado pelo despacho de Moraes.
Em relação à participação de Eduardo Bolsonaro, ele foi informado de que o STF havia determinado a prisão do ex-presidente caso houvesse conversas públicas, o que levou à sua decisão de não comparecer à reunião.
Eduardo planejava participar por videochamada a partir dos Estados Unidos para avaliar os acontecimentos recentes e ajudar a organizar a reação política. No entanto, após o despacho do STF, ele optou por se abster de participar da reunião presencialmente.