Bolsonaro pode não ter familiar em chapa de 2026, diz Valdemar Costa Neto

Atualizado em 13 de setembro de 2025 às 17:27
Jair Bolsonaro e Valdemar Costa Neto. Foto: Divulgação/PL

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, reafirmou que a prioridade do partido é aprovar uma anistia que beneficie Jair Bolsonaro, condenado pelo STF a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado. Em entrevista ao jornal O Globo, Valdemar disse que a direita não aceitará uma anistia “ampla e irrestrita” que deixe o ex-presidente de fora. Segundo ele, a articulação no Congresso será intensa nas próximas semanas, com foco no Senado.

Valdemar designou os senadores Carlos Portinho (PL-RJ) e Rogério Marinho (PL-RN) para liderar as negociações na Casa e afirmou que pretende cobrar o apoio de partidos aliados, como Republicanos, União Brasil, PP e parte do PSD. O dirigente destacou ainda que tem reunião marcada com o deputado Marcos Pereira (Republicanos-SP), presidente do partido, para reforçar a parceria que garantiu vitórias recentes à sigla. “No Supremo o tema está liquidado, é hora de outras estratégias”, disse.

Questionado sobre a possibilidade de Bolsonaro não disputar as eleições de 2026, Valdemar admitiu que a chapa pode não ter um familiar do ex-presidente, desde que haja anuência dele. Michelle Bolsonaro, por exemplo, deve disputar o Senado pelo DF, enquanto Flávio Bolsonaro se manteria no Rio. Já Eduardo Bolsonaro segue no exterior. O cacique do PL, no entanto, garantiu que a decisão sobre nomes caberá exclusivamente a Jair Bolsonaro.

Valdemar Costa Neto durante entrevista. Foto: Reprodução/TV Globo

Valdemar citou também lideranças da centro-direita como Tarcísio de Freitas, Ratinho Jr. e Romeu Zema como alternativas para a disputa presidencial, mas insistiu que a prioridade é esgotar o debate da anistia antes de discutir candidaturas. “Tem chance de a chapa não ter o sobrenome Bolsonaro, mas isso dependerá dele”, afirmou.

Apesar da condenação, o dirigente disse confiar na força política de Bolsonaro e na sua capacidade de transferir votos. Ele classificou o voto de Luiz Fux, único ministro do STF a absolver o ex-presidente, como um “show de direito” que agradou a base bolsonarista. “Lavou a nossa alma”, afirmou, ressaltando que a decisão não muda o resultado final, mas trouxe simbolismo político.

Por fim, Valdemar confirmou que Carlos Bolsonaro será candidato por Santa Catarina e que já se prepara para renunciar ao mandato de vereador no Rio de Janeiro. Segundo ele, a direita deve se apresentar unida em 2026, com grandes nomes disputando espaços, mas sem fragmentação. “Minha aposta é de uma direita unida ainda no primeiro turno”, concluiu.