Bolsonaro precisa ser submetido à lógica de uma imobiliária. Por Carlos Fernandes

Atualizado em 15 de abril de 2023 às 14:52
Ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução

A informação de que o ex-presidente Jair Bolsonaro simplesmente sumiu com 83 móveis de alto padrão do Palácio da Alvorada é só mais uma das inúmeras evidências que esse país esteve sob o julgo de um batedor de carteiras durante todos os últimos 4 anos.

Não importa a que contexto essa informação seja submetido, o fato é que temos aqui nada menos do que a subtração de bens valiosos de propriedade da União.

E nesse ponto dois esclarecimentos um tanto quanto óbvios: por “subtração” leia-se furto e por “propriedade da União” leia-se propriedade do povo brasileiro.

É claro que se comparado às jóias das arábias acrescidas de nada menos do que 175 caixas de bens recebidos enquanto esteve na presidência e atualmente acondicionados (escondidos?) numa fazenda do motorista de miliciano, Nelson Piquet, os valores expressos em móveis de grife da residência oficial do mandatário da república podem parecer ninharia.

Mas a grande questão é que todo e qualquer mortal que possui um modesto imóvel alugado que seja, exige que quando devolvido pelo inquilino, tudo esteja exatamente como o recebeu.

É algo tão básico e civilizado que nem deveria ter uma lei que garantisse a reparação financeira em caso de danos ao imóvel alheio.

Mas tem!

Nesses termos, o mínimo que se espera é que a CGU e TCU cobrem do “inquilino” Bolsonaro a restituição imediata dos móveis surrupiados e arque inteiramente com o ressarcimento do montante financeiro que foi preciso empenhar para a reconstrução de uma jóia da arquitetura moderna.

Já o prejuízo com os danos talvez irreversíveis pelo mau acondicionamento de obras de artes como a tapeçaria “Músicos”, de Di Cavalcante e exclusiva do Alvorada, esse é caso para sentarmos e chorarmos.

É fundamental para a reconstrução do estado de civilidade brasileira que seja imposta a responsabilização a Jair Bolsonaro pela sua destruição e emporcalhamento do Palácio da Alvorada, imóvel posto à disposição pelo povo brasileiro ao então presidente da república.
Responsabilização essa não só civil, mas, sobretudo, criminal.

Isso é o mínimo que uma simples imobiliária faria a respeito dos aluguéis mantidos sob sua administração inclusive se fosse em relação aos 51 imóveis adquiridos com dinheiro vivo pelo clã Bolsonaro.

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Carlos Fernandes
Economista com MBA na PUC-Rio, Carlos Fernandes trabalha na direção geral de uma das maiores instituições financeiras da América Latina