Bolsonaro prometeu fuzilar FHC em 1999. Levou apenas 22 anos até ele sentir “certo mal-estar”

Atualizado em 6 de março de 2021 às 12:41
FHC e Mourão

A história cobrará dos canalhas que votaram em Bolsonaro e dos que se omitiram.

Fernando Henrique Cardoso demonstrou arrependimento por ter anulado o voto em 2018. 

Sentiu, diz ele, um “certo mal-estar não ter votado em alguém contra” Bolsonaro.

Ele também admitiu que pode votar no PT em 2022 caso a disputa nesses termos se repita.

“A pior coisa é você ser obrigado a não ter escolha. Ao não ter escolha, permite o que aconteceu: a eleição do Bolsonaro. Teria sido melhor algum outro? Provavelmente, sim”, falou à revista Época.

“Embora eu reconheça que o outro lado tinha mais sensibilidade social do que o Bolsonaro. Mas tinha medo que houvesse uma crise muito grande financeira e econômica e rachasse ainda mais o país”.

Daí a opção de simplesmente lavar as mãos diante do abismo fascista que se abria. 

Em 1999, o capitão reformado expôs suas “ideias” no programa “Câmera Aberta”, na Bandeirantes.

“Através do voto, você não vai mudar nada neste país. Nada, absolutamente nada. Você só vai mudar, infelizmente, quando nós partirmos para uma guerra civil aqui dentro. E fazendo um trabalho que o regime militar não fez. Matando 30 mil, e começando por FHC”, falou.

Pediu o fuzilamento de Fernando Henrique algumas vezes. Normal, quem nunca? Ao passo que Haddad ia com ele à ópera.

É louvável a autocrítica, mas tarde demais. Tarde demais. Too little, too late.

Sendo ele quem é, aposto que repetirá a dose em 2022, apenas com uma justificativa diferente.

“Sempre teremos Paris”, diria Ciro Gomes ao velho tucano.