Bolsonaro, que elogiou Hitler inúmeras vezes, ataca Lula

Atualizado em 21 de fevereiro de 2024 às 13:04
Bolsonaro ao lado de homem fantasiado de Hitler. Foto: reprodução

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que já fez elogios públicos ao ditador nazista Adolf Hitler, classificou como “criminosa” a declaração de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comparando os ataques de Israel aos palestinos na Faixa de Gaza às mortes no Holocausto. Em entrevista à rádio CBN Recife nesta quarta-feira (21), Bolsonaro também acusou o atual chefe de Executivo de demonstrar “desconhecimento do que foi o Holocausto”.

“A fala de Lula é criminosa, não só infeliz, mas criminosa, que ofendeu não apenas os judeus, mas a humanidade também. Não existe comparar o exército de Israel com nazistas”, afirmou Bolsonaro.

A declaração do ex-presidente vem em meio à crescente pressão de parlamentares bolsonaristas contra Lula desde que o presidente disse o seguinte a jornalistas em Adis Abeba, na Etiópia, no fim de semana passado: “O que está acontecendo na Faixa Gaza não existe em nenhum outro momento histórico, aliás, existiu, quando Hitler resolveu matar os judeus”.

Em 2015, Bolsonaro foi fotografado ao lado de um sósia de Adolf Hitler após uma sessão na Câmara Municipal do Rio de Janeiro sobre o projeto “Escola sem Partido”. Identificado como Marco Antônio Santos, o sósia foi barrado de falar no evento por estar vestido como o líder nazista.

Em um discurso no Congresso, em 2018, ele afirmou que os feitos do racismo “podem até ser perdoados”, embora jamais devam ser esquecidos. Já em 2021, o ex-presidente classificou a política do líder nazista como “um exemplo de educação infantil”.

Já em uma entrevista ao programa CQC, da TV Band, o ainda deputado em ascensão midiática afirmou que se alistaria ao exército nazista no contexto da Segunda Guerra Mundial. “Meu bisavô foi soldado de direita, ele perdeu um braço, inclusive, na Guerra. Qual o problema [me alistar]? A minha família é de alemães e italianos”, declarou.

A oposição reagiu rapidamente à declaração de Lula, apresentando um pedido de impeachment que ganhou apoio mesmo entre integrantes de partidos que fazem parte do governo. Segundo informações do jornal O Globo, pelo menos 38 deputados de União Brasil, PP, Republicanos e PSD já assinaram a peça até a essa manhã. Apesar de serem de partidos que têm representação no governo, esses parlamentares têm se alinhado à oposição em questões de votação.

O deputado Kim Kataguiri (União-SP) apresentou uma moção de repúdio ao presidente, enquanto a oposição prometeu intensificar as ações contra Lula. O bolsonarista Marcel van Hatten (Novo-RS) anunciou que o partido irá entrar com uma notícia-crime junto à Procuradoria-Geral da República (PGR).

Bolsonaro também questionou o impacto da declaração de Lula para o país, expressando preocupação com o futuro das relações internacionais do Brasil.

“Nós vamos ficar com quem no mundo pro futuro, com ditaduras e vamos nos afastar do mundo democrático e evoluído? É uma fala que não cabe a um presidente da República, além de demonstrar desconhecimento sobre o que foi o Holocausto”, enfatizou o ex-presidente.

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