Bolsonaro quer armar seus apoiadores para repetir o Capitólio em 2022. Por Fernando Brito

Atualizado em 13 de fevereiro de 2021 às 12:33

 

Jon Schaffer nos protestos pró-Trump no Capitólio (Crédito:Reprodução)

Publicado originalmente no Tijolaço

Por Fernando Brito

Enquanto a urgentíssima prorrogação do auxílio emergencial se arrasta, à procura de cortes orçamentários que praticamente não têm onde ser feitos, o governo Bolsonaro corre com seus planos, evidentes, de avançar na formação de uma milícia armada de fanáticos que, afinal, já podem ter legalmente e sem burocracia até 60 armas e 180 mil cartuchos por ano, além de obterem os registros com uma mera “declaração de habitualidade” dada pelos manicômios, digo, clubes de tiro que frequentam, como fazia, aliás, Adélio Bispo.

São, dizem eles, o “povo armado que não será escravizado”.

Resta saber quem pretenderia escravizá-lo, se os militares (que estão com o presidente), se os norte-americanos (que o presidente idolatra), o Legislativo (que também está com Bolsonaro, ganhando emendas e cargos) ou o Judiciário, com seus perigosos martelinhos de tribunal.

A menos que se ache que os escravizadores sejam os venezuelanos, invadindo o Brasil por Manaus com caminhões de oxigênio ou se os chineses vão dar a volta ao mundo para desembarcar nas costas brasileiras, apoiados pelos “agentes infiltrados” camuflados de pastelarias.

O “povo” de quem ele fala é o “seu povo, o que cultua as armas como argumento e que, agora, tem capacidade de, querendo, montar pelotões bem armados e municiados.

O objetivo de Jair Bolsonaro, se precisasse de exemplo, já teria tido um na invasão armada do Capitólio que se seguiu à derrota de Donald Trump.

Com a diferença de que, se lá a Guarda Nacional entrou no prédio para desalojar os golpistas armados, aqui entraria para….deixo a vocês a conclusão.