Após duas decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que deixaram Jair Bolsonaro (PL) inelegível por oito anos, alguns interlocutores do ex-presidente traçaram uma estratégia para se aproximar do novo ministro da Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, que assume o cargo em 22 de fevereiro.
Segundo a jornalista Bela Megale, do jornal O Globo, o plano envolve a busca por diálogo com o auxilio de magistrados próximos a Dino, como Gilmar Mendes e Dias Toffoli, que têm canais de comunicação com os bolsonaristas. O objetivo é construir pontes e amenizar as tensões entre o ex-presidente e o Tribunal.
Um pequeno grupo de aliados de Bolsonaro atuou nos bastidores para diminuir a resistência a Dino durante a sabatina do Senado, alinhando-se com magistrados da corte. Apesar de Dino ser visto como um crítico do bolsonarismo, a estratégia visa estabelecer uma nova frente de atuação.
Em outubro de 2023, o TSE decidiu aplicar uma nova inelegibilidade a Jair Bolsonaro, acusando-o de abuso de poder político ao usar as comemorações oficiais do 7 de Setembro de 2022 para fins eleitorais. O ex-presidente já havia sido condenado em junho do mesmo ano por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.
Sob comando do ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE, a inelegibilidade de Bolsonaro foi decidida por cinco votos contra dois na Corte eleitoral. Além do ex-presidente, o general Braga Netto, vice na chapa, também está impedido de participar de eleições até 2030.
O ex-presidente e o general, além de perderem os direitos eleitorais, foram penalizados a pagarem multas no valor de R$ 425,6 mil e R$ 212,8 mil, respectivamente.