Após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) destacar o descaso dele com os yanomamis e acusar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de abandonar a população, o ex-capitão respondeu a declaração do petista e a classificou como “farsa da esquerda”.
Neste último sábado (21), Lula visitou o território Yanomami em Roraima. A população do local vive com falta de atendimento médico, transporte e desnutrição. Vale destacar que a região também e palco de confrontos violentos e frequentes entre garimpeiros e os indígenas.
“É desumano o que eu vi aqui. Sinceramente, se o presidente que deixou a Presidência esses dias em vez de fazer tanta motociata tivesse vergonha e viesse aqui uma vez, quem sabe esse povo não tivesse tão abandonado como está”, disse o petista na ocasião.
Bolsonaro, por sua vez, usou o Telegram para rebater o chefe do Executivo. No texto, intitulado “contra mais uma farsa da esquerda, a verdade”, o ex-presidente citou ações do Ministério da Saúde voltadas para os povos indígenas em sua gestão, no entanto, ele omitiu dados sobre mortes de indígenas.
“Os cuidados com a saúde indígena são uma das prioridades do Governo Federal. De 2019 a novembro de 2022, o Ministério da Saúde prestou mais de 53 milhões de atendimentos de Atenção Básica aos povos tradicionais, conforme dados do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena do SUS, o SasiSUS”, escreveu.
“Outra medida inicial foi a adoção do protocolo sanitário de entrada em territórios indígenas. Tanto no ano de decretação da pandemia quanto no seguinte foram produzidos informes técnicos de orientação aos serviços de saúde sobre diagnóstico, testagem, prevenção, controle e isolamento”.
Porém, durante a gestão do governo Bolsonaro, a partir de 2019, houve aumento nos números de mortes de bebês indígenas. Na Amazônia, a maior taxa de desmatamento em 12 anos também aconteceu durante a última gestão, no ano de 2020.