O ex-presidente Jair Bolsonaro informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que receberá nesta quarta (19) um grupo de oração com 16 pessoas em sua casa, no Jardim Botânico, em Brasília. O encontro, que contará com a presença de Michelle Bolsonaro, acontece às vésperas da decisão do STF sobre o início do cumprimento da pena de 27 anos e três meses de prisão imposta ao ex-presidente por tentativa de golpe de Estado.
Segundo a coluna de Malu Gaspar no jornal O Globo, a defesa de Bolsonaro firmou ao STF que vai manter “compromisso com o estrito cumprimento das restrições impostas” e prometeu informar todas as atividades realizadas na residência. Nos bastidores, ministros e autoridades do DF já projetam quando Bolsonaro deve ser levado ao Complexo Penitenciário da Papuda para iniciar o regime fechado.
De acordo com fontes próximas ao caso, Moraes deve determinar a prisão entre o fim de novembro e o início de dezembro, considerando os prazos processuais e a rapidez com que tem conduzido a ação penal do “núcleo crucial” da tentativa de golpe.
O cenário mais provável é que Bolsonaro seja enviado ao batalhão da PM conhecido como “Papudinha”, área destinada a policiais militares presos e considerada mais adequada para um ex-presidente.
Aliados acreditam que ele ficaria entre uma e duas semanas no regime fechado antes de voltar para a prisão domiciliar. Mas há quem avalie que Moraes pode ser mais rígido e manter Bolsonaro por mais tempo na Papuda. Após a publicação do acórdão da condenação, deverá ser aberto um prazo de cinco dias para apresentação de novos recursos.
A defesa já se articula para tentar evitar a permanência do ex-presidente no presídio. Como antecipado pelo blog, a estratégia é preparar um dossiê médico completo para subsidiar um novo pedido de prisão domiciliar. A ideia é argumentar que sua saúde não suportaria o regime fechado.
Os advogados solicitaram à equipe médica relatórios detalhados, reunindo todo o histórico clínico desde a facada sofrida em 2018. Esses documentos incluirão diagnósticos sobre câncer de pele, crises de refluxo, vômitos, soluços, além de pressão alta, apneia e sintomas relacionados às várias cirurgias abdominais feitas nos últimos anos. Com esse material, a defesa tentará convencer Moraes de que Bolsonaro enfrenta “riscos” caso seja enviado à Papuda.