
Jair Bolsonaro (PL) desistiu de comparecer à Câmara dos Deputados nesta terça-feira (22) após ser ameaçado de prisão pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão ocorreu após Moraes dar 24 horas para que a defesa do ex-presidente explicasse a divulgação de vídeos com falas suas, o que descumpre medida cautelar que proíbe transmissões de entrevistas nas redes sociais.
O ex-mandatário era esperado nas comissões de Segurança Pública e Relações Exteriores, onde aliados retomaram os trabalhos durante o recesso para aprovar moções de apoio. No entanto, após o novo despacho do magistrado, ele optou por não aparecer e, segundo assessores, permaneceu na sede nacional do PL, em Brasília.
A ordem judicial de Moraes cita imagens de Bolsonaro mostrando sua tornozeleira eletrônica e vídeos com falas recentes sendo compartilhados. No texto, o ministro afirma que, caso a defesa não apresente justificativas, a prisão poderá ser decretada imediatamente. O ministro já havia determinado, na semana passada, que o ex-presidente não poderia se manifestar em entrevistas transmitidas ao vivo ou por vídeo.
Apesar da proibição, Bolsonaro falou com a imprensa na segunda-feira (21), ao deixar uma reunião com parlamentares da oposição na Câmara. “Covardia o que estão fazendo com ex-presidente da República. Vamos enfrentar a tudo e a todos. O que vale para mim é a lei de Deus”, disse, exibindo a tornozeleira e completando: “Isso aqui é um símbolo da máxima humilhação”.
Ele mostrou. Olha aí a tornozeleira do Bolsonaro. pic.twitter.com/rWtQtBfHW8
— GugaNoblat (@GugaNoblat) July 21, 2025
A fala foi gravada e publicada por apoiadores e adversários nas redes sociais, o que serviu de base para a nova reação do STF.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) acompanha o caso e avalia se houve desrespeito deliberado à medida imposta pelo Supremo.
Com a estratégia de entrevistas comprometida, aliados de Bolsonaro preparam atos para agosto, em reação ao STF.