
A Polícia Federal (PF) vai incluir no relatório final do inquérito sobre as joias provas que mostram que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estava ciente da operação ilegal de venda e recompra das joias nos Estados Unidos, presentes recebidos da ditadura saudita.
O material comprova que o ex-chefe do Executivo foi informado sobre a transação e aprovou parte dela, conforme informações da colunista Bela Megale, do Globo. O caso será concluído nos próximos dias, resultando no indiciamento do ex-mandatário, além de assistentes e advogados envolvidos.
Depois de finalizado o inquérito, a Procuradoria-Geral da República (PGR) analisará as provas e decidirá se apresentará denúncia contra Bolsonaro e os outros acusados.
As últimas diligências da investigação ocorreram entre 25 de abril e 11 de maio, quando uma equipe da PF viajou aos Estados Unidos para realizar entrevistas e visitar lojas onde as joias foram comercializadas de forma ilegal.
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O conjunto de joias foi recebido por Bolsonaro durante uma visita oficial à Arábia Saudita em 2019 e incluía anel, caneta, abotoaduras e um rosário islâmico (masbaha), todos cravejados com diamantes. O kit também incluía um relógio Rolex, vendido separadamente em uma loja da Pensilvânia.
O valor total do conjunto foi estimado em pelo menos R$ 500 mil. Além disso, o Tribunal de Contas da União (TCU) concluiu que os presentes pertencem ao acervo da Presidência e não ao ex-capitão.
Vale destacar também que o inquérito sobre a tentativa de golpe também está em fase final. A investigação, que é considerada a mais grave contra Bolsonaro, deve ter o relatório final apresentado em julho ao Supremo Tribunal Federal (STF). Esse é inquérito, segundo a PF, que tem maior potencial para levar Bolsonaro à prisão.