Bolsonaro se irrita com escolha de interino na Petrobras e corre para empossar indicado

Atualizado em 21 de junho de 2022 às 7:21
Petrobras

O reajuste de 14,26% no diesel e de 5,18% na gasolina na refinaria, anunciado na última sexta-feira, fez com que as declarações contra o executivo escalassem. Um telefonema do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) ao Planalto, ameaças de criação de uma CPI da Petrobras, de investigação sobre gastos e patrimônio da diretoria e de seus parentes e acusações de que era uma liderança “ilegítima”. Tudo isso levou a renuncia de José Mauro Coelho do comando da Petrobras após 67 dias no cargo

A renúncia de Coelho — que já tinha sido demitido em maio, mas aguardava a aprovação do nome indicado pelo governo — permite uma espécie de “via expressa” para a troca no comando, sem a necessidade de convocar uma assembleia de acionistas, o que poderia significar mais de um mês com a empresa sem um titular, o que abre caminho para uma corrida contra o tempo no governo para emplacar o sucessor. E, a partir, daí promover mudanças no Conselho de Administração e na diretoria da empresa

A decisão do conselho de administração da Petrobras foi de nomear Fernando Borges, diretor de Exploração e Produção, como presidente interino da empresa, que levou a irritação de Bolsonaro, pois o Palácio do Planalto queria que o escolhido já fosse Caio Paes de Andrade, o indicado do Ministério de Minas e Energia para substituir José Mauro Coelho — que seria designado como interino e depois efetivado no cargo.

A avaliação é que a indicação de Paes de Andrade já foi comunicada à estatal há quase um mês, tempo suficiente para que a burocracia dirimisse qualquer pendência. O governo trabalha hoje com duas possibilidades para a eleição de Paes de Andrade.

O Comitê de Elegibilidade da Petrobras recebe a documentação para analisar o nome do indicado pelo governo, Caio Paes de Andrade, secretário de Desburocratização do Ministério da Economia. Ele é considerado homem de confiança de Paulo Guedes e tem bom relacionamento com o ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida.

Será feita uma análise de antecedentes de integridade e de currículo e capacitação profissional. Quando o nome de Paes de Andrade foi indicado, especialistas criticaram a falta de experiência dele no setor de óleo e gás, o que estaria em desacordo com a Lei das Estatais.

Os documentos serão analisados por uma equipe de cinco pessoas, das quais apenas quatro votam. O quinto só participa se houver empate. Eles têm prazo de até sete dias para votar, de acordo com as regras da estatal. Apesar da pressão do governo e de parte dos integrantes do Conselho de Administração da Petrobras ligada ao presidente Jair Bolsonaro, a previsão é que haja um parecer a partir de quinta-feira.

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