
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) decidiu não gravar um depoimento em apoio ao prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição, no primeiro turno das eleições, conforme informações do colunista Guilherme Amado, do Metrópoles.
A previsão é de que a gravação seja realizada apenas no segundo turno, caso as pesquisas eleitorais do dia 6 de outubro indiquem a passagem de Nunes para a etapa final da disputa.
Bolsonaro tem se sentido pouco valorizado por Nunes, o que contribui para essa decisão. A preocupação é que, em um eventual segundo turno contra Guilherme Boulos (PSOL), o emedebista se afaste ainda mais do ex-presidente para construir uma imagem mais central e evitar rótulos.
Além disso, o ex-capitão tem demonstrado preocupação em relação às pesquisas de intenção de voto em São Paulo. De acordo com os levantamentos mais recentes, Nunes aparece à frente, mas em um empate técnico com Boulos.

Em conversas reservadas com seus aliados, Bolsonaro demonstra desconfiança quanto à fidelidade dessas sondagens, temendo que Nunes possa acabar perdendo a eleição para Pablo Marçal (PRTB), que atualmente ocupa o terceiro lugar nas pesquisas. Esse cenário tem levado o ex-mandatário a agir com cautela em relação a questões polêmicas envolvendo Marçal.
Um exemplo dessa postura cautelosa é a ausência de comentários sobre o incidente em que um assessor de Marçal agrediu o marqueteiro Duda Lima, que integra a campanha de Nunes e trabalhou para Bolsonaro em 2022. Apesar de Bolsonaro ter gravado um vídeo condenando a agressão de José Luiz Datena ao coach, ele evitou mencionar o nome de Marçal.
Embora o PL, partido de Bolsonaro, apoie oficialmente a reeleição de Nunes, o ex-presidente já deu sinais de que, em um possível segundo turno, sua preferência poderia ser por Marçal em uma disputa contra Boulos.