
O “ministério paralelo” da Saúde, apontado por membros da CPI da Covid como responsável por orientar Jair Bolsonaro durante a pandemia, teve 29 agendas oficiais com ele.
Parte delas antecedeu defesas do presidente a drogas sem eficácia comprovada contra covid-19 ou falas absurdas sobre a pandemia.
Nise Yamaguchi, uma das principais defensoras da cloroquina no Brasil, teve encontros com Bolsonaro em momentos-chave da defesa da droga pelo presidente.
Em 06 e 07 de abril de 2020, Nise se reuniu com Bolsonaro. Dois dias depois (08/04), ele defendeu a cloroquina em pronunciamento oficial.
Em 15 de maio, quando houve o anúncio de um novo protocolo para o uso do remédio contra covid-19, ele também teve uma reunião com a médica.
No total, Nise Yamaguchi teve cinco encontros com o presidente.
Osmar Terra, que teve 11 reuniões com Jair Bolsonaro, duas com Eduardo Pazuello, duas com Raphael Parente (secretário de Atenção Primária à Saúde) e uma com Queiroga, também participou de momentos importantes da defesa da cloroquina pelo governo.
Em 01 de abril do ano passado, ele se reuniu com o presidente e logo depois foi assinado protocolo que autoriza a cloroquina em casos confirmados de Covid e a critério médico.
Em 16 de setembro, Terra se reuniu com Bolsonaro e Pazuello tomou posse, com discurso em defesa da cloroquina.
Em 13 de janeiro de 2021, o deputado se reuniu com o presidente e o então ministro da Saúde.
Logo depois, Bolsonaro atribuiu a crise em Manaus à falta do “tratamento precoce”.
Carlos e Flávio, também apontados como membros do “ministério paralelo” se reuniram com o pai em 23 e 24 de março do ano passado.
No dia 24, Bolsonaro chamou a covid de “gripezinha”.
Carlos Wizard também é apontado como membro do grupo e teve duas reuniões com o governo: uma com Eduardo Pazuello (não registrada) e outra com Élcio Franco, número dois da gestão Pazuello.
Com informações do Globo.