Bolsonaro se reuniu com “ministério paralelo” antes de defender cloroquina e falar de “gripezinha”

Atualizado em 29 de maio de 2021 às 8:31
Em abril do ano passado, Jair Bolsonaro chamou a Covid-19 de “gripezinha” em pronunciamento na TV | Reprodução

O “ministério paralelo” da Saúde, apontado por membros da CPI da Covid como responsável por orientar Jair Bolsonaro durante a pandemia, teve 29 agendas oficiais com ele.

Parte delas antecedeu defesas do presidente a drogas sem eficácia comprovada contra covid-19 ou falas absurdas sobre a pandemia.

Nise Yamaguchi, uma das principais defensoras da cloroquina no Brasil, teve encontros com Bolsonaro em momentos-chave da defesa da droga pelo presidente.

Em 06 e 07 de abril de 2020, Nise se reuniu com Bolsonaro. Dois dias depois (08/04), ele defendeu a cloroquina em pronunciamento oficial.

Em 15 de maio, quando houve o anúncio de um novo protocolo para o uso do remédio contra covid-19, ele também teve uma reunião com a médica.

No total, Nise Yamaguchi teve cinco encontros com o presidente.

Osmar Terra, que teve 11 reuniões com Jair Bolsonaro, duas com Eduardo Pazuello, duas com Raphael Parente (secretário de Atenção Primária à Saúde) e uma com Queiroga, também participou de momentos importantes da defesa da cloroquina pelo governo.

Em 01 de abril do ano passado, ele se reuniu com o presidente e logo depois foi assinado protocolo que autoriza a cloroquina em casos confirmados de Covid e a critério médico.

Em 16 de setembro, Terra se reuniu com Bolsonaro e Pazuello tomou posse, com discurso em defesa da cloroquina.

Em 13 de janeiro de 2021, o deputado se reuniu com o presidente e o então ministro da Saúde.

Logo depois, Bolsonaro atribuiu a crise em Manaus à falta do “tratamento precoce”.

Carlos e Flávio, também apontados como membros do “ministério paralelo” se reuniram com o pai em 23 e 24 de março do ano passado.

No dia 24, Bolsonaro chamou a covid de “gripezinha”.

Carlos Wizard também é apontado como membro do grupo e teve duas reuniões com o governo: uma com Eduardo Pazuello (não registrada) e outra com Élcio Franco, número dois da gestão Pazuello.

Com informações do Globo.