
Bolsonaristas envolvidos no ataque de 8 de janeiro de 2023 e na trama golpista tentaram romper suas tornozeleiras eletrônicas após medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Muitos deles, incluindo o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques, violaram o equipamento e tentaram fugir do Brasil.
Alguns dos fugitivos utilizaram rotas para Argentina, Uruguai e outros países vizinhos O ex-presidente Jair Bolsonaro também foi alvo de investigações e, enquanto estava em prisão domiciliar, foi para a cadeia em regime fechado após fazer o mesmo: tentar violar sua própria tornozeleira eletrônica.
Peritos da Polícia Federal confirmaram que Bolsonaro usou um ferro de solda para danificar o equipamento. O laudo pericial apontou que a violação foi realizada de maneira “grosseira” e sem precisão técnica, confirmando que ele tentou escapar do monitoramento eletrônico.
Vasques também foi preso em Assunção, no Paraguai, na madrugada desta sexta-feira (26). Ele havia deixado o Brasil sem autorização judicial e tentado embarcar para El Salvador com um passaporte falso. O rompimento de sua tornozeleira gerou alertas nas fronteiras, resultando na sua captura, com apoio da Polícia Federal brasileira.
Ao menos dez bolsonaristas que participaram dos atos golpistas de 8 de janeiro também quebraram suas tornozeleiras eletrônicas e fugiram para a Argentina e Uruguai. A maioria desses fugitivos, que são em sua maioria mulheres com idades em torno dos 50 anos, foram condenados a penas de mais de 10 anos de prisão.

A fuga desses golpistas aconteceu principalmente pelas fronteiras de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Entre os mais conhecidos estão Daniel Luciano Bressan, Ângelo Sotero e Gilberto Ackermann.
Bressan, por exemplo, foi condenado por envolvimento na tentativa de golpe e foi para a Argentina, onde tentou arrecadar dinheiro por meio de rifas. Sotero, um músico de Blumenau, fugiu para o mesmo país após quebrar sua tornozeleira.
Outras figuras como Raquel de Souza Lopes, Luiz Fernandes Venâncio e Flávia Cordeiro Magalhães Soares também romperam suas tornozeleiras e estão foragidas. A primeira, por exemplo, é uma das fugitivas que participou diretamente dos ataques ao Palácio do Planalto e foi condenada a 16 anos e meio de prisão.
Klepter Rosa Gonçalves, ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF), não chegou a romper o equipamento, mas deixou de usá-lo. Em abril deste ano, sua tornozeleira parou de ser detectada e a defesa alegou que ela estava “carregando”.
Veja a lista de golpistas que violaram suas tornozeleiras:
- Jair Bolsonaro
- Silvinei Vasques
- Daniel Luciano Bressan
- Ângelo Sotero
- Gilberto Ackermann
- Raquel de Souza Lopes
- Luiz Fernandes Venâncio
- Flávia Cordeiro Magalhães Soares
- Alethea Verusca Soares
- Rosana Maciel Gomes
- Jupira Silvana da Cruz Rodrigues
- Fátima Aparecida Pleti
- Paulo Augusto Bufarah
- Klepter Rosa Gonçalves
- Edith Christina Medeiros Freire
- Marinaldo Adriano Lima da Silva
- Roque Saldanha
- Roberta Jersyka Oliveira Brasil Soares
- Vitório Campos da Silva