Bolsonaro tem 69 dias para aplicar o golpe. Por Moisés Mendes

Atualizado em 25 de julho de 2022 às 6:45
Jair Bolsonaro.
Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Por Moisés Mendes

Falhou de novo a previsão de nove em cada 10 analistas políticos sobre a transformação de Bolsonaro num candidato fofo, que sairia de uma cartola mágica na convenção do PL nesse domingo no Maracanãzinho.

Bolsonaro enganou todo mundo. O mesmo fascista estava lá chamando os ministros do Supremo de “surdos de capa preta” e convocando seus seguidores para a manifestação pró-golpe de 7 de setembro.

A partir de hoje, faltam 69 dias para o primeiro turno da eleição no dia 2 de outubro, e até lá Bolsonaro terá de dizer se continuará blefando ou se acionará alguma engrenagem golpista.

As opções são muitas. O sujeito pode tentar disseminar o caos antes da eleição, a partir de uma faísca, para evitar a derrota para Lula.

Pode esculhambar com a votação com o incentivo a atos violentos. Ou pode sabotar a apuração com falsas apurações paralelas de votos.

Pode adotar outras táticas, entre as quais, segundo Elio Gaspari, provocar apagões de energia no dia da votação que inviabilizem a eleição em grandes cidades.

Começa agora a contagem regressiva para outra data, o 7 de setembro, que Bolsonaro pretende transformar na sua cartada final.
Parece intrigante a frase dita por Bolsonaro na convenção:

“Convoco todos vocês agora para que todo mundo no 7 de setembro vá às ruas pela última vez. Vamos às ruas pela última vez”.

O sujeito diz duas vezes que seus seguidores irão às ruas pela última vez. A última ida às ruas antes do golpe?

Está bem sugerido na frase que as manifestações do dia da ‘independência’ serão a chance derradeira para mostrar força que viabilize o golpe aconteça.

Não dá para subestimar o que pode acontecer no dia 7. Bolsonaro quer algo maior do que o ato do ano passado na Avenida Paulista.

Aguardemos o que nos espera. O que sabemos, com o que se viu na convenção, é que temos o mesmo Bolsonaro preocupado em reafirmar fidelidades, ao invés de moderar um pouco e apostar em ampliar adesões.

Teremos os mais trepidantes 69 dias da história recente, com uma situação inédita: nunca em momento algum alguém anunciou por tanto tempo que aplicará um golpe.

(Texto originalmente publicado em BLOG DO MOISÉS MENDES)

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