Bolsonaro tentou desviar 5 conjuntos de joias, diz PF

Atualizado em 8 de julho de 2024 às 22:44
Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: Adriano Machado/Reuters

A Polícia Federal (PF) apontou no relatório sobre as joias sauditas que ocorreram cinco ocasiões de desvio ou tentativa de desvio de presidentes recebidos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante seu mandato.

Os presentes, entregues por autoridades estrangeiras em viagens internacionais, foram vendidos ou colocados à venda por uma organização criminosa. Segundo a corporação, os itens são avaliados em R$ 6,8 milhões.

Na última quinta-feira (4), Bolsonaro foi indiciado pelos crimes de associação criminosa, lavagem de dinheiro e peculato. Além do ex-chefe do Executivo, outras 11 pessoas foram indiciadas, incluindo o tenente-coronel Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens, e os advogados Fabio Wajngarten e Frederick Wassef.

Kit Ouro Rosé

O conjunto masculino da Chopard foi recebido por Bento Albuquerque, ex-ministro de Minas e Energia, após viagem à Arábia Saudita em outubro de 2021. Em dezembro de 2022, o kit foi levado aos Estados Unidos por meio do avião presidencial e colocado à venda em leilão.

As joias, no entanto, não foram arrematadas – o que permitiu que o grupo recuperasse o conjunto e devolvesse ao Estado brasileiro, após decisão do Tribunal de Contas da União (TCU).

Árvore e barco

Esculturas douradas recebidas por Bolsonaro em viagens aos Emirados Árabes Unidos e ao Bahrein em novembro de 2021. Segundo a PF, os itens foram desviados do acervo público e levadas aos EUA por meio do avião presidencial.

O general da reserva Mauro Cesar Lourena Cid, pai de Mauro Cid, teria guardado os objetos em sua casa em Miami, nos Estados Unidos. Segundo as investigações, o general e o filho enviaram os objetos para estabelecimentos comerciais especializados para serem avaliados e leiloados.

O presente não foi vendido e retornou ao Brasil. Até o momento, os bens são foram identificados no inventário de encerramento do acervo privado presidencial de Bolsonaro.

Árvore dourada que foi desviada do acervo público. Foto: Reprodução/PF

Relógio Patek Philippe Geneve

Bolsonaro teria recebido o objeto durante visita ao Bahrein em novembro de 2021. De acordo com a PF, o relógio foi vendido ao estabelecimento comercial Precison Watches em 13 de junho de 2022, juntamente com o relógio Rolex do segundo kit, por US$ 68 mil.

O valor teria sido transferido para uma conta bancária de Lourena Cid nos Estados Unidos. Ainda não há indícios de que o objeto tenha sido recuperado.

Kit Ouro Branco

Conjunto composto por um relógio Rolex, caneta da marca Chopard, par de abotoaduras, anel e rosário árabe.

O kit teria sido recebido durante uma viagem oficial a Doha, no Catar, e em Riade, na Arábia Saudita, em outubro de 2019. O conjunto foi desviado do acervo público e vendido nos EUA em junho de 2022.

Em abril de 2023, o kit completo foi devolvido na agência da Caixa Econômica Federal em Brasília.

Joias femininas e cavalo dourado

O conjunto de joias femininas em ouro branco, incluindo colar, brincos, anel e relógio de pulso da marca Chopard, junto com uma escultura de cavalo dourado, foi presenteado ao então ministro de Estado de Minas e Energia, Bento Albuquerque, durante uma visita oficial à Arábia Saudita em outubro de 2021. No entanto, esses objetos foram retidos pela Receita Federal.

Cerca de um ano depois, a partir de dezembro de 2022, os envolvidos tentaram liberar os bens retidos de forma ilícita para desviá-los ao suposto acervo privado de Bolsonaro. Para isso, criaram uma falsa urgência, argumentando que precisavam finalizar o processo de incorporação dos bens antes da mudança de governo.

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