Jair Bolsonaro trouxe o fuzil que ganhou de presente de um príncipe de uma família real dos Emirados Árabes em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) em 2019. O ex-presidente voltou ao Brasil com o armamento e uma pistola na aeronave presidencial. A informação é da coluna de Guilherme Amado no Metrópoles.
O fuzil, que tem o nome de Bolsonaro gravado no corpo e é avaliado entre R$ 32 mil e R$ 42 mil, foi entregue a um terceiro, que repassou o bem ao ex-presidente dentro do avião da FAB.
Na viagem que durou dez dias, Bolsonaro passou por Emirados Árabes Unidos, Catar e Arábia Saudita. As armas, segundo integrantes da comitiva, teriam sido um presente de um príncipe da família real do primeiro país.
Segundo pessoas que presenciaram o recebimento dos armamentos, os bens teriam sido registrados pelo Exército, como demanda a legislação brasileira para importação. A Força não se manifestou sobre o caso.
Caso o ex-presidente tenha ficado com o armamento, é preciso pagar o imposto sobre ele, já que bens importados exigem o pagamento de uma alíquota de 60% do valor do produto.
Na mesma viagem, membros da comitiva do governo receberam relógios de luxo. O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou a devolução dos itens, por considerar que os presentes violam as regras da corte. O fuzil e a pistola devem ter o mesmo destino, já que elas possuem um valor semelhante.
“O recebimento de presentes de uso pessoal com elevado valor comercial por agente público em missão diplomática extrapola os limites de razoabilidade”, afirmou o tribunal em acórdão de 1º de março.