
Foto: Sergio Lima
O presidente Jair Bolsonaro (PL) vai usar ações militares para engrossar o ato eleitoral no 7 de Setembro, no Rio de Janeiro. O comício do candidato à reeleição vai ocorrer ao mesmo tempo em que a Marinha fará sua parada naval, a Força Aérea exibirá a esquadrilha da fumaça e os canhões do Forte de Copacabana vão saudar o bicentenário da Independência. Os bolsonaristas também irão se misturar a bandas militares e a uma exibição de paraquedistas do Exército e da Aeronáutica.
Na última sexta-feira (2), o Ministério Público Federal enviou pedidos ao Comando Militar do Leste (CML), ao 1.º Distrito Naval e ao 3.º Comando Aéreo Regional para que informassem quais providências tomaram para impedir que a celebração da Independência se confunda com ato político-partidário, já que Bolsonaro pretende tornar o desfile em uma campanha eleitoral.
Segundo o professor de Ciência Política da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) Christian Lynch, o que deveria ser uma festa cívica que marca um bem comum para todos os brasileiros, acaba sendo um caro evento de campanha.
Em entrevista ao Estadão, o professor afirmou que “Bolsonaro vende a imagem de que tem o apoio irrestrito do povo e das Forças Armadas e está sempre parasitando eventos com a presença das Forças Armadas, de evangélicos, numa tentativa de tomar para si os atos”.
A escolha do Rio também não foi por acaso; berço político do presidente, o Estado concentra uma grande guarnição militar, que sempre serviu de base eleitoral a Bolsonaro. Ademais, o presidente não conta com o apoio do governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB).