
Entre 2023 e 2025, Mato Grosso do Sul registrou um aumento de 20,7% no número de usuários ligados ao universo sugar, segundo dados do MeuPatrocínio, plataforma latino-americana voltada a relacionamentos baseados em alto padrão de vida. O estado saltou de 200.848 para 242.547 cadastros, um crescimento superior a 40 mil perfis em apenas dois anos.
A liderança permanece com as sugar babies femininas, que passaram de 128 mil para 197 mil no período, uma expansão de 54%. Elas representam quase quatro vezes o total de sugar babies masculinos, que subiram de 45 mil para 51 mil. Entre os perfis mais velhos e financeiramente estáveis, os sugar daddies cresceram de 20 mil para 27 mil, enquanto as sugar mommies avançaram de 5 mil para 8 mil.
O aumento acompanha o cenário econômico do estado, impulsionado pelo agronegócio e pelo turismo, setores que vêm ampliando renda para grupos específicos da população. O movimento reforça a presença de jovens que buscam segurança financeira e um estilo de vida mais confortável por meio de parcerias com pessoas experientes e de maior poder aquisitivo. A idade média das sugar babies é de 26 anos, enquanto sugar daddies apresentam renda média mensal de R$ 71 mil.
A tendência não é isolada em Mato Grosso do Sul. Em toda a região Centro-Oeste, o número de usuários também avançou: Goiás cresceu 21,8%, o Distrito Federal 21,3% e Mato Grosso 19,1%. A combinação de expansão econômica e aumento populacional tem consolidado o Centro-Oeste como um dos principais mercados do modelo sugar no país.

No universo sugar, os sugar daddies e sugar mommies são pessoas bem-sucedidas que buscam relações mais leves, baseadas em experiências, estabilidade e acordos definidos. Já as sugar babies são jovens que valorizam esse tipo de parceria, que inclui suporte financeiro, benefícios materiais e uma troca que envolve estilo de vida e interesses mútuos.
Especialistas apontam que o avanço desses relacionamentos também reflete a desigualdade ampliada pelo modelo econômico dominante no estado. Com o agronegócio concentrando renda e elevando custos de vida, parte da população não acompanha esse ritmo. Enquanto um grupo reduzido enriquece, outro enfrenta dificuldades para manter sua subsistência — e muitos jovens veem no relacionamento sugar uma alternativa financeira diante da falta de oportunidades, recorrendo até mesmo à troca de afeto e companhia como forma de sobrevivência.