Ao ressaltar que ainda não há definição a respeito, o deputado Guilherme Boulos (Psol) elogiou a gestão de Marta Suplicy à frente da prefeitura de São Paulo. E defendeu a formação de uma frente democrática contra o que chamou de candidatura “BolsoNunes”, com o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB). “O campo bolsonarista tomou e adotou o atual prefeito como seu representante”, disse Boulos, para quem Nunes está “se humilhando atrás de apoio do ex-presidente. Assim, afirmou, as eleições municipais “serão um momento de reafirmar a vitória democrática que nós tivemos em 2022”.
Boulos é pré-candidato a prefeito pelo Psol, e terá o PT na chapa como vice. Lembrou que é a primeira vez, desde a redemocratização, que o PT não terá candidatura própria. “Esse processo de definição de vice está sendo conduzido pelo Partido dos Trabalhadores. Temos um acordo político. Vamos dar tempo ao tempo, que as coisas vão se definir”, afirmou o deputado, que nesta terça-feira (9) recebeu apoio formal do PDT. A frente já reúne seis partidos.
Cidade abandonada
O parlamentar lembrou que as costuras estão sendo feitas pelo próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além do ex-presidente do PT Rui Falcão e o presidente municipal do partido, Laércio Ribeiro. Os dois últimos participaram da entrevista coletiva no diretório do PDT, ao lado do presidente nacional licenciado da legenda, o ministro Carlos Lupi (Previdência Social), e do presidente pedetista na cidade, Antonio Neto.
Ele disse ainda que não conversou com Marta após o encontro dela com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ontem (8). Disse ter “o maior respeito” por ela, “que foi uma grande prefeita de São Paulo”. Citou medidas como os Centros Educacionais Unificados (CEUs), o Bilhete Único e os corredores de ônibus. E acrescentou que Marta já compôs a aliança democrática contra Jair Bolsonaro em 2022. Para ele, a eleição também será momento de debater a “situação de abandono” da cidade de São Paulo.
Sem rusgas
Ao lado de Boulos na entrevista coletiva, o deputado federal Rui Falcão (PT) disse se sentir “plenamente representado” pela candidatura de Boulos. Sobre Marta, afirmou que – independentemente de estar atualmente na prefeitura – ela tem “um campo político”. Presente ao encontro de ontem entre Lula e Marta, o parlamentar não deu pormenores da conversa.
“Cabe a ela dar sim ou não a esse convite que foi formulado.” Ela teria que se filiar novamente ao PT, do qual se desligou em 2015. Sobre eventuais “rusgas” internas, Rui Falcão desconversou: “Estamos olhando pra frente, não pro retrovisor”.
Publicado originalmente no site da Rede Brasil Atual