
O candidato à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), anunciou que não permitirá a implementação de escolas cívico-militares na capital paulista caso seja eleito.
Em uma declaração feita durante uma sabatina na noite de quarta-feira (24), Boulos expressou sua oposição ao modelo, que foi recentemente sancionado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Boulos se posicionou de forma contundente contra a proposta, alegando ser “radicalmente contra” o modelo de educação cívico-militar.
Segundo ele, “não existe esse papo de escola militar” em São Paulo a partir de 1º de janeiro do próximo ano. O projeto, aprovado recentemente pelo governador, não institui escolas militares, mas sim um programa de escolas cívico-militares que inclui a participação de PMs da reserva para ministrar aulas sobre política e ética.
O candidato do PSOL criticou a ideia, destacando que a função de um militar é na segurança pública e não na educação. “Você não vai botar um militar para ensinar crianças e jovens. Isso é uma coisa inacreditável”, afirmou Boulos.

A proposta de escolas cívico-militares, que visa criar um programa estadual envolvendo 302 instituições de ensino, tem apoio do atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) e do governador Tarcísio de Freitas. Nunes já se manifestou favorável à modalidade, enquanto a educação cívico-militar continua sendo uma bandeira política de Freitas.
Além disso, 24 diretores de escolas municipais de São Paulo já manifestaram interesse em aderir ao modelo. Contudo, PSOL e PT questionam a constitucionalidade da lei que implementa o modelo de ensino, com a Advocacia-Geral da União (AGU) enviando parecer pela inconstitucionalidade ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Durante a sabatina, Boulos também apresentou suas prioridades para a educação, incluindo o “letramento ambiental” para preparar os alunos para os efeitos das mudanças climáticas. “Temos que fazer um programa de letramento ambiental em todas as escolas. É pra ontem”, destacou o candidato.
Outras propostas incluem a ampliação do ensino integral, realização de concursos para professores, reforço das rondas escolares pela Guarda Civil Municipal (GCM) e a criação de centros de educação profissionalizante para jovens e adultos.