Boulos se reúne com empresário do funk que havia declarado apoio a Marçal

Atualizado em 18 de setembro de 2024 às 15:32
Henrique Viana, o Rato, e Guilherme Boulos (PSOL). Foto: reprodução

O candidato à prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL),= gravou um vídeo nesta terça-feira (17) ao lado de Henrique Viana, conhecido como Rato, proprietário da gravadora Love Funk, uma das maiores do segmento na capital paulista. A visita de Boulos a São Mateus, bairro da zona leste, visa reforçar sua aproximação com o universo do funk, tradicionalmente alinhado com a esquerda.

“Estou aqui em São Mateus, vim visitar a Love Funk. Estou aqui com o Rato e me coloco à disposição para, quando chegar à Prefeitura de São Paulo, fortalecer essa relação”, afirmou Boulos no vídeo gravado ao lado de Viana. A parceria entre o candidato e a gravadora busca o fortalecimento de projetos sociais, além da valorização da cultura periférica.

Rato destacou a importância desse apoio para a comunidade: “A gente conta com esse apoio seu para nosso projeto, não só do funk, mas para os vários projetos sociais que fazemos aqui. Estamos contando com, talvez, o nosso futuro prefeito”.

A visita de Boulos ocorre após uma polêmica envolvendo a relação de artistas do funk com candidatos de direita. No mês anterior, o empresário também havia recebido a visita de Pablo Marçal (PRTB), candidato de extrema-direita, e posado para fotos com ele, fazendo o gesto “M”, símbolo da campanha do bolsonarista.

Rato recebeu Marçal na produtora Love Funk. Foto: reprodução

O episódio gerou críticas dentro da comunidade artística, que tradicionalmente se alinha à esquerda. Funkeiros paulistas vêm sendo acusados de apoiar candidatos com ideais contrários às suas próprias causas.

A controvérsia ganhou força com a reação de rappers como Mano Brown, líder dos Racionais MC’s, e Filipe Ret, ambos críticos ao apoio de figuras do funk a Marçal e ao prefeito Ricardo Nunes (MDB), que também disputa a prefeitura.

Mano Brown lamentou o que considera um desvio dos princípios da comunidade artística. “Já havia alertado sobre nossos irmãos tomarem decisões contrárias às nossas”, escreveu o rapper. Ret também se posicionou de forma contundente, destacando a incoerência em ver movimentos marginalizados, como o rap e o funk, se aproximarem de candidatos cujas políticas são, em sua visão, “decadentes”.

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