O deputado federal e pré-candidato a prefeito de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL-SP), afirmou em nota que recorrerá da decisão da prefeitura da capital paulista de retirar barracas e pertences de pessoas em situação de rua. “A questão dos sem-teto precisa ser resolvida de maneira estrutural e não com o uso de violência para tirar o pouco que sobrou de quem já não tem quase nada”, escreve Boulos.
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) comemorou, na sexta-feira (31), uma decisão do Tribunal de Justiça (TJSP) que suspendeu uma liminar que proibia a ação da prefeitura de retirar barracas em vias e calçadas da cidade durante o dia. A decisão havia sido expedida em fevereiro, a partir de uma ação movida por Boulos contra a destruição e confisco das coisas de quem não tem onde morar. “Muito importante essa decisão do TJSP que caça a liminar, onde seu autor (Boulos) defende as barracas nas ruas e nas calçadas de São Paulo. Rua não é endereço”, afirmou Ricardo Nunes.
Boulos rebate a afirmação de Nunes e alega ser absurdo o fato da prefeitura considerar “que a população sem teto viva nas ruas por vontade própria e não por estarem abandonadas pelo poder público”. “Prova disso é que a conta da própria Prefeitura não fecha: há cerca de 20 mil vagas em abrigos para uma população de mais de 48 mil pessoas na capital paulista”, completa o deputado federal.
Frente a isso, o parlamentar garante que vai recorrer da decisão judicial que cassou a liminar e que continuará lutando pela dignidade da população em situação de rua. Confira abaixo a nota na íntegra divulgada por Boulos:
“Nota sobre decisão judicial e fala do prefeito relativa à retirada de pertences da população de rua em São Paulo
É absurdo que a Prefeitura considere que a população sem teto viva nas ruas por vontade própria, e não por estarem abandonadas pelo poder público. Prova disso é que a conta da própria Prefeitura não fecha: há cerca de 20 mil vagas em abrigos para uma população de mais de 48 mil pessoas na capital paulista, segundo dados da UFMG.
A questão dos sem-teto precisa ser resolvida de maneira estrutural, e não com o uso de violência para tirar o pouco que sobrou de quem já não tem quase nada.
Vamos recorrer da decisão judicial e seguir lutando para que o problema tenha uma solução séria que dialogue com as reais necessidade da população em situação de rua.
– Guilherme Boulos”