Boxeadora argelina atacada pela extrema-direita ganha medalha de ouro em Paris

Atualizado em 9 de agosto de 2024 às 19:53
Imane Khelif. Foto: Divulgação

Nesta sexta-feira (9) a boxeadora argelina Imane Khelif conquistou a medalha de ouro na categoria até 66kg (peso meio-médio) nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. A pugilista, que enfrentou ataques da extrema-direita sobre seu gênero durante a competição, venceu a chinesa Liu Yang na decisão, dominando os três rounds e sendo declarada campeã olímpica por pontos, com uma vitória unânime de 30 a 27.

A boxeadora foi alvo de mentiras e ataques de bolsonaristas e da extrema direita mundial, que sugeriam que ela era uma atleta transgênero. Esses boatos ganharam força nas redes sociais após Khelif e a pugilista taiwanesa Lin Yu-ting serem desclassificadas da Copa do Mundo de Nova Delhi, em 2023, organizada pela então descredenciada Federação Internacional de Boxe (IBA).

Ambas não passaram nos controversos testes de elegibilidade, o que levou à retirada da medalha de bronze de Lin. Os ataques online e a desconfiança sobre a legitimidade da participação de Khelif e Lin em competições de alto nível mobilizaram o Comitê Olímpico Internacional (COI).

Imane Khelif enfrentando Lin Yu-ting. Foto: Divulgação

Em resposta, o COI emitiu um comunicado condenando os ataques e classificando os testes aplicados pela IBA como arbitrários e pouco claros. O COI reafirmou que ambas as atletas estavam dentro dos parâmetros estabelecidos pela entidade e pela Unidade de Boxe de Paris 2024 (PBU).

“Os ataques contra essas duas atletas se baseiam inteiramente nessa decisão arbitrária, que foi tomada sem nenhum procedimento adequado – especialmente considerando que esses atletas participam de competições de alto nível há muitos anos”, destacou o COI em sua nota oficial.

Além da defesa do COI, Omar Khelif, pai de Imane, também se pronunciou, defendendo a filha e apresentando sua certidão de nascimento para comprovar que ela é, de fato, uma mulher. “Minha filha é uma menina. Nós a criamos como uma menina. É uma menina forte. Eu a eduquei para que trabalhasse e fosse corajosa”, disse Omar Khelif, falando da casa da família em um vilarejo rural na Argélia, próximo à cidade de Tiaret.

Confira o vídeo da premiação: 

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