
Nesta quarta-feira (15), o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou que o Brasil foi convidado pelos Estados Unidos para uma reunião sobre minerais críticos. O encontro marca o início de uma nova fase de cooperação entre os dois países após a recente reaproximação diplomática.
“Depois desse restabelecimento de diálogo com Trump, estou convidado pela primeira vez para discutir com o secretário de Minas e Energia dos Estados Unidos. Fui convidado para uma reunião sobre minerais críticos. Tenho certeza de que essa relação se dará de forma altiva e respeitando os interesses do povo brasileiro”, disse Silveira durante audiência na Câmara dos Deputados.
O presidente Lula (PT) deve participar nos próximos dias da cerimônia de instalação do Conselho Nacional de Minerais Estratégicos, que será responsável por coordenar políticas voltadas ao aproveitamento sustentável dos insumos de alto valor tecnológico. O ministro destacou que o governo pretende “garantir soberania sobre as riquezas minerais” e transformar o Brasil em um protagonista global no setor.

Os chamados minerais críticos, como lítio, nióbio, cobre e terras raras, são fundamentais para a transição energética e a fabricação de baterias, semicondutores e painéis solares. Esses recursos tornaram-se estratégicos na disputa geopolítica entre Estados Unidos e China, e o Brasil é visto como um dos poucos países com potencial para expandir sua produção de forma sustentável.
Nos últimos anos, Washington tem buscado parcerias bilaterais para reduzir a dependência da China nas cadeias produtivas. O Brasil, por outro lado, tenta equilibrar a aproximação com os Estados Unidos e manter os acordos de cooperação com países como China e Índia, que também disputam o acesso às jazidas brasileiras.
Silveira afirmou que a parceria com os EUA deve priorizar o desenvolvimento nacional e o valor agregado da produção mineral. “O Brasil tem papel fundamental nesse tabuleiro global e não abrirá mão de agregar valor à sua produção”, declarou.
O ministro ainda enfatizou que o país pretende fortalecer sua posição como fornecedor estratégico sem comprometer a autonomia sobre seus recursos naturais.
Durante a audiência, Silveira também comentou sobre o apagão que atingiu sete estados na terça-feira. Ele negou falhas estruturais no sistema elétrico e afirmou que o problema foi contido rapidamente: “Nós não tivemos apagão em nosso governo. Tivemos duas interrupções parciais, e o sistema funcionou muito bem. Ele funcionou tão bem que impediu que hospitais fossem atingidos”.