O Brasil é visto como “exemplo” na luta contra a extrema direita e “passou no teste” das urnas, segundo diplomatas europeus consultados pelo jornalista Jamil Chade, em sua coluna no UOL.
Quando os ataques golpistas de 8 de janeiro ocorreram, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) rapidamente se empenhou em assegurar a parceiros internacionais que a democracia no país não estava ameaçada e que as instituições responderiam à crise.
O Palácio do Planalto decidiu não solicitar ajuda estrangeira, visando demonstrar que o país possuía instrumentos e estabilidade suficientes para lidar com a situação.
Embora oficialmente alguns parceiros tenham concordado com a posição do Brasil, nos bastidores, muitos demonstraram preocupação com o destino do Estado de Direito e a ameaça da extrema direita.
Um ano depois, o país enfrentou uma eleição sob intensa pressão, mobilização social em defesa da democracia e a atuação da Justiça na investigação e prisão de suspeitos de tentativa de golpe e disseminação de desinformação.
Esses eventos começaram a moldar a imagem do Brasil como um exemplo a ser seguido na luta contra a extrema direita. “O Brasil passou a ser acompanhado por muitos no exterior, justamente como um campo de testes sobre como lidar com a extrema direita e elementos claramente autoritários”, disse um diplomata europeu, na condição de anonimato.
“O que vemos é um compromisso com a democracia e que pode servir de exemplo”, constatou outro representante de um governo europeu. Para ele, o Brasil pode ser um “símbolo” de que existe espaço para uma “resistência democrática”.