Brasil fecha PIB com alta de 2,9% no primeiro ano do governo Lula

Atualizado em 1 de março de 2024 às 9:45
Cédulas e moedas de Real. (Foto: Reprodução)

Em 2023, a economia brasileira apresentou um crescimento acumulado de 2,9% no Produto Interno Bruto (PIB), de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (1). O valor é três vezes o resultado previsto no início do ano passado.

No último trimestre do ano, o PIB permaneceu estável em relação aos três meses anteriores, segundo o IBGE – a previsão mediana dos analistas era de uma variação de 0,1%, conforme indicado pela Bloomberg.

O contexto econômico de 2023, marcado pelo primeiro ano do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi influenciado positivamente pelo desempenho do setor agropecuário, especialmente no início do ano. O desempenho é superior ao observado no início do mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro, em 2019, e também ao longo do primeiro ano de governo de Michel Temer e de Dilma Rousseff 2.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva. (Foto: Reprodução)

Confira a seguir uma lista com o desempenho dos primeiros anos de mandatos de outros presidentes:

  • FHC 1 (1995): 4,2%
  • FHC 2 (1999): 0,5%
  • Lula 1 (2003): 1,1%
  • Lula 2 (2007): 6,1%
  • Dilma 1 (2011): 4%
  • Dilma 2 (2015): -3,6%
  • Temer: (2017): 1,3% (ele assumiu em maio de 2016, quando teve início o processo de impeachment de Dilma)
  • Bolsonaro (2019): 1,2%
  • Lula 3 (2023): 2,9%

Retomada do trabalho e Bolsa Família

Esse crescimento foi impulsionado não apenas pela expansão da safra agrícola, mas também pela retomada do mercado de trabalho e por medidas governamentais, como a transferência de recursos via Bolsa Família para as camadas mais pobres da população. No entanto, o alto patamar dos juros representou um obstáculo para um avanço mais expressivo do consumo, uma vez que o ciclo de cortes da taxa básica, a Selic, só começou em agosto.

Com os juros altos e o término da safra de grãos, a economia deu sinais de desaceleração na segunda metade de 2023. Apesar disso, o PIB encerrou o ano passado com um desempenho superior ao inicialmente projetado pelos analistas, que esperavam um crescimento de apenas 0,8% para o acumulado de 2023 no final de 2022.

Projeções para 2024

Para 2024, as projeções indicam uma desaceleração da atividade econômica. Analistas do mercado preveem um avanço de 1,75% para o PIB, segundo a mediana da edição mais recente do Boletim Focus, publicada pelo Banco Central. Essas estimativas têm aumentado ao longo do tempo, pois, no final de 2023, o mercado esperava um crescimento de 1,52% para o PIB de 2024.

No entanto, é importante ressaltar que a economia brasileira pode não contar com o mesmo impulso do setor agropecuário em 2024, devido a fenômenos climáticos extremos que afetaram a produção no campo, como ondas de calor, seca e tempestades em algumas regiões produtoras nos últimos meses. Por outro lado, o ciclo de queda dos juros é visto como um possível estímulo para o consumo em 2024, incluindo o consumo de bens de maior valor agregado, que são dependentes de financiamentos.

Siga nossa nova conta no X, clique neste link

Participe de nosso grupo no WhatsApp, clicando neste link

Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link