
Um grupo formado por 80 países anunciou apoio à iniciativa brasileira que propõe o início da elaboração de um mapa do caminho para a saída dos combustíveis fósseis. A articulação reúne nações da Europa, África e América Latina e foi apresentada durante coletiva realizada na COP30, em Belém, nesta terça-feira (18). Com informações de Míriam Leitão, em O Globo.
A coalizão é liderada por Dinamarca, Alemanha, Reino Unido, Colômbia, Quênia e Serra Leoa. As delegações defenderam que o processo seja iniciado ainda nesta edição da conferência e afirmaram que a proposta deve constar no documento final da reunião climática.
Representantes do Reino Unido afirmaram que a mobilização reúne países do Norte Global e do Sul Global. Durante a coletiva, as delegações pediram que o tema seja incluído formalmente nas conclusões da presidência da COP e divulgado como parte da agenda de transição energética.
A Colômbia declarou que decidiu avançar em medidas internas para restringir atividades de mineração e exploração de combustíveis fósseis em áreas amazônicas. Segundo a delegação, essa política foi comunicada aos demais países da aliança durante as negociações em Belém.
A Alemanha reforçou apoio à proposta e solicitou ao presidente da COP a inclusão de referência explícita ao tema no texto oficial. Delegados afirmaram que o objetivo é registrar formalmente a intenção conjunta de iniciar a construção do “roadmap”.

Durante a abertura da conferência, o presidente da COP30, André Corrêa do Lago, afirmou que o conceito de “mutirão”, presente em culturas brasileiras e povos originários, guiaria as atividades em Belém. Nesta terça-feira (18), representantes de outros países mencionaram ter adotado o termo para descrever o esforço coletivo realizado pelas delegações.
A coalizão afirmou que pretende manter reuniões ao longo da semana para consolidar uma posição convergente. O grupo também informou que apresentará propostas específicas para etapas do processo de transição, sujeitas à análise dos demais países participantes da conferência.
Com a articulação, o tema relacionado aos combustíveis fósseis passa a integrar as discussões oficiais da COP30. A expectativa das delegações é de que o texto final registre o compromisso dos países apoiadores com a elaboração de um plano internacional para orientar decisões futuras sobre energia.