Brasil já tem dados sobre Amazônia e não precisa de Musk, dizem especialistas

Atualizado em 20 de maio de 2022 às 18:30
Jair Bolsonaro e Elon Musk
Foto: Reprodução

O anúncio de que Elon Musk pretende usar sua rede de satélites Starlink para conectar 19 mil escolas em áreas rurais e monitorar a Amazônia não foi bem aceito por especialistas que acompanham o enfrentamento do desmatamento no Brasil, segundo reportagem do g1.

O Brasil tem dados suficientes em relação a fiscalização contra o desmatamento e a oferta de “conectividade” feita pelo bilionário não tem impacto direto no rastreamento da devastação, segundo os especialistas.

O desmatamento no Brasil é monitorado por ao menos três sistemas com dinâmicas que se completam. “[Os equipamentos de Musk] são satélites de comunicação. (…) Não são satélites óticos, eles não conseguem enxergar coisas na superfície, no território, o que é usado para fazer monitoramento do desmatamento”, explica Tasso Azevedo, coordenador do MapBiomas e especialista em monitoramento ambiental, de acordo com a reportagem.

“Não é por falta de achar desmatamento e de monitorar que a gente não tem fiscalização e controle do desmatamento. Pelo contrário, o que falta é essa parte da fiscalização e do controle”, afirma Tasso.

Márcio Astrini, que é secretário-executivo do Observatório do Clima, rede de mais 70 organizações da sociedade civil, diz que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) é “uma referência de monitoramento de florestas tropicais no mundo” e também tem a “tecnologia mais avançada para fazer isso”.

“Monitoramento a gente tem e é de qualidade. O que a gente não tem é governo. Não adianta a gente ter a informação e não ter quem aja, tome ações em cima da informação”, afirma Astrini ao g1.

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