Brasil não tem rei sob autoridade religiosa e jejum nacional não é bíblico. Por Ed René Kivitz

Atualizado em 6 de abril de 2020 às 12:09
Ed René transmite o culto pela internet, com igreja vazia

O jejum nacional do Israel bíblico era realizado no contexto de um estado teocrático, mediante convocação do rei, que governava sob a autoridade religiosa dos sacerdotes, e representava arrependimento face ao flagelo imposto pelo juízo de Deus contra seu povo e sua terra.

O Brasil não é um estado teocrático, é um estado democrático de direito.

O Brasil não tem rei sob autoridade religiosa, mas um presidente eleito democraticamente, que governa sob a autoridade do pacto social expresso na constituição.

O povo brasileiro não é povo de Deus e o território nacional não é terra de Deus – os brasileiros não são Israel e o território brasileiro não é Canaã.

O flagelo que abate o Brasil e o mundo não é juízo de Deus contra a idolatria de seu povo, o coronavírus não é um emissário de Deus para juízo sobre a terra.

O caminho para a superação da pandemia passa pela submissão à autoridade da ciência e o rigor na observação das orientações e recomendações dos profissionais da saúde, a ação responsável dos governos e dos cidadãos, políticas públicas e ações enérgicas dos poderes governamentais, e o suplemento de solidariedade e generosidade de todos aqueles que realmente acreditam que a família humana é uma só, e que o que acontece com um acontece com todos.

A oração e o jejum foram ressignificados por Jesus para a dimensão da devoção pessoal, e devem ser praticados no anonimato do espaço privativo do quarto à portas fechadas, numa experiência pessoal de intimidade com Deus, o Pai, que vê em secreto e recompensa os seus.

.x.x.x.

Ed René Kivitz é pastor da Igreja Batista da Água Branca.