Brasil pode ser ponto de partida de nova pandemia, diz pesquisa

Atualizado em 5 de julho de 2022 às 16:11
Incêndio na Amazônia – Desflorestamento e caça de animais silvestres são os principais fatores para o aparecimento de infecções
Foto: Reprodução

O Brasil pode ser o ponto de partida para uma nova pandemia devido a imensa biodiversidade de animais e vegetais, que também abriga uma variedade de patógenos e parasitas. Segundo um estudo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e publicado na revista científica Science Advances, os recentes aumentos nas vulnerabilidades sociais e ecológicas do país, associados aos cenários políticos e econômicos, alertam para a propensão dessa megadiversidade atuar como incubadora de possível pandemia provocada por zoonoses – doenças infecciosas de circulação animal que podem ser transmitidas para os seres humanos.

Há três principais componentes de risco em foco na avaliação: vulnerabilidade, exposição e capacidade de enfrentamento. Nos grupos principais, são observadas variáveis mais específicas como a quantidade de espécies de mamíferos silvestres, perda de vegetação natural, mudanças nos padrões de uso da terra, bem-estar social, conectividade geográfica de cidades e aspectos econômicos.

Os resultados apontam o desflorestamento e a caça de animais silvestres como fatores mais relevantes para o aparecimento de novas e antigas infecções. O estudo indica também que todo o território brasileiro é suscetível a emergências ocasionadas por zoonoses, com maior probabilidade em áreas da Floresta Amazônica.

De acordo com a pesquisa, para uma zoonose se tornar epidêmica é necessário a junção de diferentes fatores ecológicos, epidemiológicos e comportamentais, incluindo a mobilidade humana. A dependência socioeconômica de cidades menores com capitais e grandes metrópoles aumenta o potencial de epidemia das zoonoses.

A principal forma para evitar o surgimento de uma zoonose, como aponta o estudo, é o investimento em ações do Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo a pesquisa, a contenção de zoonoses só ocorrerá com a promoção de políticas públicas de saúde que tenham abordagens preditivas e preventivas, com base no conceito de One Health (Saúde Única, que contempla a saúde humana, animal e ambiental).

Entre as ações, estão a implementação de sistemas de monitoramento integrados com vigilância epidemiológica de potenciais doenças zoonóticas; políticas amplas e inovadoras que mitiguem a degradação ambiental; fiscalização do tráfico de animais silvestres e novas abordagens para conservação da biodiversidade.

Clique aqui para se inscrever no curso do DCM em parceria com o Instituto Cultiva

Participe de nosso grupo no WhatsApp clicando neste link

Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link