Brasil registra 196 notificações de violência contra crianças e adolescentes por dia

Atualizado em 24 de outubro de 2024 às 21:59
Brasil registra cerca de 196 notificações de violência contra crianças e adolescentes. Imagem: reprodução.

Um levantamento realizado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) revelou que, em média, 196 casos suspeitos de violência física contra crianças e adolescentes são notificados diariamente no Brasil. A pesquisa, divulgada nesta quinta-feira (24), baseou-se nos dados do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde. Os adolescentes entre 15 e 19 anos são os mais afetados, com 35.851 notificação

As informações revelam que cerca de 80% das agressões a crianças de até 14 anos ocorrem em ambiente doméstico. Em 2023, foram contabilizadas mais de 3 mil notificações de bebês nascidos com menos de um ano e 8.370 casos na faixa de 5 a 9 anos. Essas estatísticas evidenciam que, muitas vezes, a violência ocorre no

A maior parte das notificações se concentra no sudeste do país, onde a densidade populacional e a existência de sistemas de diagnóstico são mais específicos para a visibilidade dos casos. No entanto, o presidente da SBP, Clóvis Francisco Constantino, ressaltou ao Globo que a elevada taxa de notificações em São Paulo, que lidera com 17.278 casos, não deve ser vista apenas como um sinal de maior violência, mas também como um reflexo de um sistema

Minas Gerais e Rio de Janeiro seguem na lista, com 8.598 e 7.634 notificações, respectivamente. Ele observa que a efetividade dos sistemas de comunicação e a destinação de orçamentos adequados são fundamentais para melhorar a situação.

“O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) deixa bem claro que, na suspeita de agressão, a notificação é compulsória. É um dever legal do médico que está na linha de frente”, explica Constantino. “Ao atualizarmos os protocolos, queremos deixar aos pediatras o recado de que esse fenômeno segue acontecendo.”

Além disso, Luci Pfeiffer, presidente do Departamento Científico de Prevenção e Enfrentamento das Causas Externas na Infância e Adolescência da SBP, alerta para os sinais de alerta que os profissionais devem observar, como fraturas inexplicáveis ​​e relatos contraditórios.

“Em São Paulo, onde há sistemas mais efetivos, há menos subnotificação. Há municípios com orçamentos suficientes para se aprimorar essa questão”, destaca Clóvis Constantino. “O aprimoramento dos sistemas de comunicação deve ser uma prioridade e um programa de Estado.”

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