
A polarização política segue predominante no Brasil e atinge 74% da população, segundo a mais recente pesquisa do Datafolha. O levantamento indica que o grupo de eleitores alinhados ao partido do presidente Lula voltou a superar numericamente os simpatizantes do ex-presidente Jair Bolsonaro.
De acordo com a pesquisa, realizada entre os dias 2 e 4 de dezembro, 40% dos entrevistados se identificam como petistas, enquanto 34% se dizem bolsonaristas. Outros 18% se posicionaram como neutros, 6% afirmaram não apoiar nenhum dos dois polos e 1% não soube responder. O Datafolha ouviu 2.002 pessoas com 16 anos ou mais em 113 municípios, com margem de erro de dois pontos percentuais.
O instituto utiliza, desde dezembro de 2022, uma escala para medir a polarização política. A pergunta apresentada é: “considerando uma escala de 1 a 5, onde 1 é bolsonarista e 5 petista, em qual número você se encaixa?”. Quem respondeu 1 ou 2 foi classificado como bolsonarista, e os que marcaram 4 ou 5, como petistas. Os entrevistados que escolheram o número 3 foram considerados neutros.
Na pesquisa anterior, realizada no fim de julho, o índice de polarização era de 76%, com os dois grupos tecnicamente empatados. Naquele momento, 39% estavam mais próximos do partido de Lula e 37% alinhados a Bolsonaro. Embora a variação esteja dentro da margem de erro, a nova rodada rompe o empate e recoloca os petistas como maioria.

O levantamento mais recente foi realizado após a prisão e condenação de Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado. Antes disso, o ex-presidente havia sido colocado em prisão domiciliar por descumprir medidas cautelares e chegou a ser preso preventivamente pela Polícia Federal em Brasília após tentar violar a própria tornozeleira eletrônica.
Lula, por sua vez, lidera as pesquisas de intenção de voto para as eleições presidenciais de 2026, tanto no primeiro quanto no segundo turno, segundo levantamentos divulgados ao longo do segundo semestre.
O Datafolha também traçou o perfil social dos grupos. O petismo é numericamente mais concentrado entre mulheres, aposentados, pessoas com escolaridade até o ensino fundamental, moradores do Nordeste e católicos. Já o bolsonarismo prevalece entre homens, empresários, pessoas com renda entre cinco e dez salários mínimos, moradores da região Sul e evangélicos.
Apesar da forte divisão entre petistas e bolsonaristas, a identificação ideológica é menos intensa. Segundo o levantamento, 57% dos entrevistados se declaram de direita ou de esquerda, sendo 35% de direita e 22% de esquerda. Outros 7% se disseram de centro-esquerda, 17% de centro, 11% de centro-direita e 8% não souberam se posicionar.