O Brasil consolidou sua posição como destaque global no turismo internacional após apresentar o maior crescimento entre todos os principais destinos avaliados pela ONU Turismo. A nova edição do World Tourism Barometer, divulgada este mês, mostra que o país registrou um aumento de 45% nas chegadas internacionais entre janeiro e setembro de 2025, desempenho que superou Vietnã e Egito (ambos com 21%), além de Etiópia e Japão (18%).
No mesmo período, mais de 1,1 bilhão de turistas circularam pelo mundo, cerca de 32 milhões a mais do que em 2024. Segundo a Embratur, o país ultrapassou neste mês a marca histórica de 8 milhões de visitantes estrangeiros em menos de 11 meses, com previsão de chegar a 9 milhões até o fim do ano.
Para a ONU Turismo, esse crescimento ocorre mesmo diante de um cenário global marcado por inflação elevada em serviços turísticos e incertezas geopolíticas, fatores que poderiam desacelerar o ritmo de viagens. Além do fluxo recorde, o Brasil também registrou aumento expressivo na receita: as entradas de turistas internacionais geraram alta de 12% nas receitas entre janeiro e setembro.
Os gastos de estrangeiros no país somaram 6,617 bilhões de dólares nos dez primeiros meses do ano, alta de 10,19% ante 2024 e maior número desde o início da série histórica, em 1995. Outro recorte global reforça o protagonismo brasileiro: destinos como África do Sul (17%), Sri Lanka e Mongólia (16%) e Marrocos (14%) também cresceram, mas nenhum atingiu o patamar brasileiro.
Para o secretário-geral da ONU Turismo, Zurab Pololikashvili, “o Turismo internacional continuou apresentando crescimento sustentado em 2025, tanto em termos de chegadas internacionais quanto, principalmente, em receitas”. A Embratur credita o avanço à expansão da conectividade aérea e ao interesse crescente por experiências autênticas.
“O relatório da ONU Turismo é mais uma prova de que estamos vivendo o melhor momento do turismo internacional no Brasil […] É por isso que somos o maior crescimento do mundo no turismo internacional”, afirmou o presidente da agência, Marcelo Freixo. Ele destaca que o setor se consolidou como matriz econômica, capaz de gerar emprego, renda e desenvolvimento regional.
Os dados também mostram dinamismo em outras regiões. A África apresentou aumento de 10% nas chegadas, enquanto a Europa, maior mercado turístico do planeta, recebeu 625 milhões de visitantes, 4% acima de 2024.
As Américas cresceram 2% no geral, com a América do Sul liderando o continente (+9%). O Oriente Médio manteve desempenho robusto, com 33% mais chegadas que em 2019, e a Ásia e o Pacífico avançaram 8%, alcançando 90% do volume pré-pandemia.
O relatório mostra ainda crescimento marcante nas receitas turísticas em diversos países: Japão (+21%), Nicarágua (+19%), Egito (+18%), além de Mongólia e Marrocos (+15%). O Brasil aparece entre os países com maior expansão de receitas até setembro (+12%), aliado a França (+9%).
Grandes mercados emissores, como Estados Unidos (+7%), Alemanha (+4%) e Espanha (+15%), também registraram aumento nos gastos internacionais, sinalizando forte demanda global. A ONU Turismo projeta que as chegadas internacionais crescerão entre 3% e 5% em 2025.