Brasil tem mais amputados por violência do que todo Exército dos EUA em 16 anos de guerras

Atualizado em 25 de junho de 2023 às 15:31
Pessoa com a perna amputada. Foto: Reprodução

A violência armada no Brasil fez com que pelo menos 2.044 pessoas fossem amputadas em todo o país nos últimos 15 anos, segundo o jornal O Globo. Os dados foram extraídos da análise das autorizações de internações hospitalares (AIHs) do Ministério da Saúde e, apontam que as mutilações no país supera a de militares das Forças Armadas dos Estados Unidos que sofreram amputações de membros superiores ou inferiores devido a lesões em combate.

Entre janeiro de 2001 a outubro de 2017, tempo de guerras como a do Iraque e a do Afeganistão, esse foi o drama de 1.705 soldados americanos, segundo estudo publicado pela Divisão de Vigilância em Saúde das Forças Armadas dos EUA.

No Brasil, o Estado da Bahia, que na última década costuma liderar o ranking de mortes violentas intencionais no país, também é o que tem mais amputações registradas no sistema do Ministério da Saúde, com 244 casos.

O Rio de Janeiro, estado que tem territórios controlados por traficantes e milicianos, aparece logo em seguida, com 202.

Já o Pará, marcado por disputas de terra no interior e violência nas cidades, é o terceiro da lista, com 198 registros. E São Paulo, o estado mais populoso do Brasil, é o quarto, com 196.

As cidades do Brasil com mais amputações por arma de fogo ou explosivos — Foto: Editoria Arte

A análise feita pelo Globo, a partir de dados obtidos via Lei de Acesso à Informação, indica ainda que, no país, a média de idade das pessoas afetadas é de 33 anos. No entanto, as mutilações atingem todas as gerações e jovens de 20 a 29 anos representam quase um terço dos afetados nesse período. As crianças de 0 a 11 anos representam 3% das vítimas e os adolescentes, de 12 a 17 anos, 11% do total. Idosos, com mais de 60 anos, são 8,5%.

Já o estudo americano, publicado na edição de julho de 2018 do Relatório Mensal de Vigilância Médica (MSMR, na sigla em inglês), aponta que como um mesmo militar pode ter sofrido mais de uma mutilação, o levantamento dá conta de um total de 1.914 amputações de membros inferiores e 302 de membros superiores.

Em relação a faixa etária, o levantamento indica que militares de 21 a 24 anos (40,7% das vítimas) foram o grupo mais atingido, seguido pelos que tinham de 25 a 29 anos (25,7%). Sobre as causas das lesões, a ampla maioria (90,6%, 1.545 pessoas) foi ferida em explosões. Apenas 4,3% (73 pessoas) foram atingidas por disparos de arma de fogo. E 5,1% (87 militares) tiveram outros tipos de ferimentos.

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