
O Brasil teve um recorde de ocorrências de eventos hidrológicos e geohidrológicos em 2023, e registrou em média três eventos climáticos por dia no ano, segundo dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). Entre janeiro e dezembro, foram contabilizados 1.161 eventos do tipo.
Do total de registros, 716 (61,7%) foram hidrológicos, como transbordamento de rios, e os outros 445 (38,3%) foram de natureza geológica, como deslizamentos de terra. Essa é a primeira vez que o país fecha o ano com mais de 1 mil ocorrências.
Segundo o Cemaden, os municípios com maior número de registros são: Manaus (AM), com 23; São Paulo (SP), com 22; Petrópolis (RJ), com 18; Brusque (SC), com 14; Barra Mansa (RJ), também com 14; Salvador (BA), com 11; Curitiba (PR) e Itaquaquecetuba (SP), com 10 cada; e Ubatuba (SP) e Xanxerê (SC), empatados com 9.

Segundo o órgão, que tem sede em São José dos Campos (SP) e monitora 1.038 municípios ininterruptamente, também houve uma grande quantidade de alertas de desastres no período, com 3.425 avisos no ano, número que representa uma média de ao menos nove alertas diários.
Dos mais de 3 mil avisos, 1.813 foram hidrológicos (52,9%) e 1.612 geohidrológicos (47,1%). Veja o ranking com os municípios com mais alertas de desastres:
- Petrópolis (RJ) – 61
- São Paulo (SP) – 56
- Manaus (AM) – 49
- Belo Horizonte (MG) – 40
- Rio de Janeiro (RJ) – 35
- Juiz de Fora (MG) – 34
- Angra dos Reis (RJ) – 30
- Recife (PE) – 26
- Teresópolis (RJ) – 25
- Nova Friburgo (RJ) – 25
O Cemaden aponta que 132 morreram por causas associadas às chuvas, 9.263 pessoas ficaram feridas ou enfermas, 74 mil desabrigadas e 524 mil desalojadas após os desastres. O órgão também aponta que os eventos climáticos causaram R$ 25 bilhões de prejuízo em áreas públicas e privadas.
A mudança do clima é uma das explicações para o recorde de desastres naturais, segundo o Cemaden, que avalia que o fenômeno El Niño causou uma mudança no padrão das chuvas em relação à média histórica.