Brasileiro diz que foi enganado pelo exército da Ucrânia: “Me colocaram na linha de frente”

Atualizado em 25 de julho de 2025 às 18:14
Lucas Felype, voluntário na Ucrânia: enganado

O voluntário paranaense Lucas Felype, que deixou o Brasil para lutar pela Ucrânia na guerra contra a Rússia, relatou nesta sexta-feira (25) uma suposta violação do acordo firmado com as forças ucranianas.

Em publicações nas redes sociais, Lucas afirma que está sendo obrigado a batalhar como soldado de infantaria em zonas de combate intenso, contrariando totalmente as funções que lhe foram prometidas.

“Eu vim pra trabalhar com tecnologia militar, principalmente com drones”, disse. “Mas desde que cheguei, começaram a me empurrar para a infantaria. Agora me mandaram pra Kharkiv, uma das regiões mais perigosas da guerra.”

O jovem de Francisco Beltrão relatou que a justificativa oficial seria um “treinamento”, mas acredita que está sendo usado como combatente comum.

Segundo ele, a embaixada do Brasil afirmou não poder interferir. “Me responderam que não podem fazer nada e que eu tenho que resolver direto com o exército ucraniano. Eu tô sozinho no meio de uma guerra”, desabafou.

Lucas também afirmou que está registrando os acontecimentos por segurança. “Se eu sumir, se algo acontecer, vocês já sabem o motivo. Quero alertar outros brasileiros para não passarem pelo que eu tô passando.”

O jovem chegou à Ucrânia após vender tudo o que tinha e levantar cerca de R$ 25 mil. Ele foi aceito na Legião Internacional com a promessa de três meses de treinamento e atuação técnica, mas a realidade, segundo ele, tem sido outra. Atualmente, está lotado em Kharkiv, uma das áreas mais atingidas pelos ataques russos nas últimas semanas.