Um morador do Recanto das Emas, no Distrito Federal, morreu no dia 8 de agosto após uma abordagem no aeroporto de Yerevan, capital da Armênia, país localizado na divisa entre a Ásia e a Europa. Jonatham Lucas Araújo Lima, de 27 anos, teria passado mal e falecido após ser supostamente obrigado a ingerir um líquido não identificado, segundo informações preliminares.
De acordo com relatos, ele foi abordado por funcionários do aeroporto que o obrigaram a ingerir o conteúdo de uma garrafa. A natureza do líquido e os motivos para a imposição ainda não foram esclarecidos, e as circunstâncias exatas do caso permanecem sob investigação.
O presidente do Comitê de Receitas Públicas da Armênia, Rustam Badasyan, afirmou ao jornal armênio “News” que o brasileiro morreu enquanto era levado ao hospital. “Durante a inspeção, garrafas foram tiradas e a pessoa [Jonatham Lucas], provavelmente para eliminar suspeitas, decidiu que poderia beber [o líquido]. Claro que isso não é um procedimento normal. Existe um inquérito”, declarou Badasyan.
A família do brasileiro, residente em Portugal desde 2021, foi informada sobre a morte apenas em 16 de agosto, uma semana após o ocorrido. Rogério Hipólito, pai de Jonatham, relatou que sabia pouco sobre a situação e expressou frustração com a falta de informações.
“A situação que chegou [para a família] é que os agentes [do aeroporto] obrigaram ele a beber todo líquido. Disseram que era uma garrafa de vinho, mas não tem nada mais que isso”, contou Rogério.
Ele havia comunicado à família sobre a viagem, mostrando-se animado com a oportunidade de trabalho. “Ele ligou, fez chamada de vídeo, estava feliz. Falou onde estava, que ia trabalhar. De repente, perdemos o contato”, lamentou o pai.
O Ministério das Relações Exteriores, por meio da Embaixada do Brasil em Ierevan, está acompanhando o caso em conjunto com as autoridades locais e prestando a assistência consular necessária à família dele.
O Itamaraty afirmou que, em caso de falecimento de um cidadão brasileiro no exterior, presta orientações gerais aos familiares e apoia nos trâmites legais, mas destacou que o traslado dos restos mortais é de responsabilidade da família e não pode ser custeado com recursos públicos.